O secretário-geral da CGTP considerou esta quarta-feira que «não é possível conseguir crescimento económico com os prazos apontados para a redução do défice», acrescentando que «o país pode colocar-se, em 2012, a um nível de riqueza [Produto Interno Bruto] de há cerca de dez anos».
Carvalho da Silva adiantou que as medidas do memorando de entendimento que regula as condições para o resgate a Portugal vão agravar as injustiças sociais e que, por isso, os portugueses se devem mobilizar contra elas.
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«Nós dizemos que há um agravamento das injustiças sociais e apelamos aos portugueses para que se esclareçam sobre as propostas e se mobilizem contra elas», afirmou Manuel Carvalho da Silva, em conferência de imprensa, citado pela Lusa.
O sindicalista considerou que as propostas acordadas entre a «troika» e o Governo português não respondem aos problemas estruturais do país, nomeadamente a necessidade de combater o desemprego e promover o crescimento económico.
UGT condena «sacrifícios» que serão pedidos
Já o líder da UGT, João Proença, reconheceu os esforços do Governo para atenuar a aplicação de medidas semelhantes às aplicadas na Grécia e na Irlanda, mas condenou o facto de serem pedidos «muitos sacrifícios» aos portugueses.
No final de uma reunião com a ministra do Trabalho que serviu para Helena André apresentar o memorando de entendimento entre o Governo e a «troika», João Proença afirmou tratarem-se de «sacrifícios que vão ser pedidos aos trabalhadores e aos portugueses, e são muitos».
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Reconheceu, todavia, que houve esforços do Governo para atenuar algumas medidas chave que foram aplicadas na Grécia e na Irlanda.
«Esses esforços são claros no documento, mas o documento também abre portas que caberá ao futuro governo travar», considerou.
«Se estas medidas não forem aplicadas num clima de diálogo e de concertação vai abrir-se uma conflitualidade social que vai agravar a economia e o país».
[Notícia actualizada às 20h15]
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