Uma em cada dez crianças necessita de apoio específico durante o seu percurso escolar, diz o Sindicato dos Professores da Zona Norte (SPZN). Mas apesar destes números, a SPZN afirma que «a educação especial continua a não ter um corpo docente com formação apropriada».
Maria Arminda Bragança, do SPZN, disse ao PortugalDiário que os docentes que acompanham o ensino especial, «são geralmente professores de quadros de escola que não têm formação de base nas disciplinas», por isso, é complicado o acompanhamento aos alunos.
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Para esta dirigente sindical, as crianças que necessitam de apoio específico «precisam de professores especializados, que tenham preparação em cada disciplina». E realça ainda o facto de os professores concorrerem todos os anos, o que faz com que possam ou não ficar colocados na mesma escola. Para Maria Arminda Bragança, esta instabilidade também prejudica o apoio que estes docentes prestam aos alunos e aos outros professores.
Por isso, a SPZN considera que «é urgente fazer-se a lei do ensino especial» que tem sido «sistematicamente adiada». A dirigente sindical explica que durante o Governo anterior o processo legislativo estava já «muito adiantado», encontrando-se na fase de parecer público. «Estávamos convencidos que já haveria uma lei para o ano lectivo de 2005/06, mas entretanto, o Governo caiu, e o processo parou», explicou Maria Arminda Bragança.
A FNE reuniu-se no passado dia 18 com Maria de Lurdes Rodrigues, a nova responsável pela pasta da Educação e entregou-lhe «um roteiro para a legislatura, que inclui a questão do ensino especial», disse Maria Arminda Bragança.
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Para já, o SPZN pretende «alertar» o novo Governo para os problemas do ensino especial através de um seminário que decorre nos próximos dias 28 e 29 de Abril na Exponor.
Entre os presentes estará uma representante do Ministério da Educação, que irá falar no painel «ensino especial: o sentido da mudança», o que para o sindicato é um sinal de que este Governo poderá ainda dar andamento ao processo que o anterior Executivo iniciou.
Entre os restantes oradores estão especialistas e pessoas com grande experiência na área, já que o objectivo é «aliar a prática à ciência».
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