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Aprender a pensar em vez de decorar

Professores recebem aulas para ensinar importância do raciocínio

Mais de 150 professores vão aprender a ensinar os alunos pensar. Para quê? Para evitar que aconteçam histórias como esta: «Um professor na Madeira silenciou durante 10 anos uma aluna. Conheci-a quando já tinha 18 anos e só tinha dois anos de escolaridade. Deixou de falar porque o professor, sempre que ela fazia perguntas nas aulas, dizia "Quando abres a boca só sai asneira". Aniquilou completamente a vontade da aluna de pensar e aprender».

A história é contada ao PortugalDiário pelo neuropsicólogo Nelson S. Lima, que vai ministrar o curso «Pensar para aprender melhor», que vai realizar-se na quarta-feira, dia 6 de Setembro, na Escola E.B. 2, 3 Dr. Nuno Simões em Vila Nova de Famalicão e vai durar cerca de três horas.

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«É pouco tempo mas vou tentar fazer com que os professores saiam de lá com interrogações e interesse em perceber a importância do pensar na aprendizagem», explica ao PortugalDiário o neuropsicólogo.

Nelson S. Lima defende que é preciso ultrapassar o sistema de ensino ocidental, que privilegia a memorização em vez da compreensão e raciocínio.

«É imperativo que os alunos pensem, não apenas decorem. Pretendemos alertar para um ensino diferente, para que os alunos possam aprender com reflexão e compreensão. Para que aprendam a pensar por eles mesmos e não a decorar o que os outros dizem», diz.

O neuropsicólogo defende que «raramente os professores exercitam o pensar» e, como tal, «o curso tem como objectivo preparar os professores para fazerem perguntas que promovam o raciocínio».

«Há uns tempos, um aluno de quatro anos perguntou-me quanto pesava a Terra. Disse-lhe que não sabia, mas em vez de responder "que disparate" perguntei por que é que ele queria saber. Respondeu-me que tinha medo. Porque cada vez havia mais gente na Terra e que ela podia ficar muito pesada, descer e fugir do sol. Ao perguntar-lhe "porquê" incentivei-o a raciocinar e ele mostrou que era capaz de pensar», narra Nelson S. Lima.

Este vai ser um dos vários exemplos que o neuropsicólogo vai apresentar no curso de quarta-feira, onde vai «dar dicas aos professores para porem os alunos a raciocinar». A acção partiu de uma iniciativa do Clube de Matemática da Escola e vai contar com a presença de mais de 150 docentes de Vila Nova de Famalicão, Porto e outras zonas nortenhas.

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