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Comissões bancárias em Portugal em linha com outros países

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O presidente do BES, Ricardo Salgado, garante que as comissões bancárias em Portugal estão em linha com o praticado no resto da Europa e que não são superiores.

«O comissionamento não é mais alto em Portugal do que no exterior», afirmou, numa entrevista à revista mensal da Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas (CTOC).

O presidente reage às acusações de que o crescimento da banca tem sido feito à custa do endividamento dos portugueses. «Os que dizem isso esquecem-se que os bancos portugueses têm dado um grande contributo para o enriquecimento das famílias. O endividamento é apenas uma das facetas da questão».

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Portugal deve ter orgulho dos seus bancos

«A aquisição da propriedade (em Portugal) é uma das mais altas da Europa, fruto da política de crédito à habitação competitiva posta em prática pelos bancos portugueses. Portugal pode hoje orgulhar-se de ter bancos modernos e competitivos que podem ombrear com os seus congéneres europeus e têm prestado um grande serviço ao País», afirma.

Esta é também, em parte, a explicação para o facto de os bancos escaparem à tão afamada crise em que o país está mergulhado há anos. «A explicação sobre os motivos dos elevados lucros dos bancos tem sido dada, mas ainda não foi entendida. Há que perceber que o fenómeno da concentração bancária verificado em Portugal foi dos mais importantes em termos europeus. Por isso, os bancos detêm avultados capitais que têm de ser remunerados», diz. E lembra que «recentemente, o BES realizou um aumento de capital que ultrapassou 1,5 mil milhões euros. Se as entidades bancárias nacionais não tiverem remunerações ao capital adequadas, tenderão a desaparecer porque, para crescerem, necessitam de capitais robustos».

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Para os críticos dos chamados «lucros milionários da banca» (os quatro maiores bancos privados em Portugal aumentaram os seus ganhos em 20% nos primeiros nove meses deste ano, face ao homólogo, para quase 1.400 milhões de euros), Ricardo Salgado mostra a outra face da questão, e defende que Portugal tem muito a ganhar com o sistema financeiro nacional.

Bancos apoiam empresas portuguesas e consumidores

«Para Portugal seria dramático perder centros de decisão com a importância dos bancos. Caso isso aconteça, quem garante que os bancos, com centros de decisão no exterior, vão apoiar as empresas portuguesas e a criação de emprego em Portugal? Por outro lado, boa parte dos resultados dos bancos será transposta para o exterior através de dividendos que não serão prioritariamente investidos em Portugal», afirma.

E Ricardo Salgado não tem pejo em lembrar que «os bancos portugueses são o sector económico que mais próximo está dos benchmarks europeus em termos de produtividade. O BES também está a apostar forte na sua internacionalização e os ganhos no exterior correspondem a cerca de 30 por cento dos resultados globais. Nessa acção internacional, na maioria das vezes, apoiamos empresários portugueses que também se internacionalizam».

«Importa ver que a valorização da propriedade em Portugal foi extraordinária (mais de 300 por cento de acordo com um estudo recente do Banco de Portugal), logo, o valor do activo adquirido pelas famílias também subiu. Os bancos continuam a ter um papel fundamental no financiamento regular de bens de consumo, cenário que há duas décadas era impossível, com taxas de juro na ordem dos 20%», conclui.

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