Na conferência de imprensa de apresentação dos resultados semestrais do banco, e quando questionado pelos jornalistas se o Governo devia, ou não, avançar com o novo aeroporto e com a Alta Velocidade simultaneamente, Fernando Ulrich não quis comentar sobre a «bondade» das mesmas para o País, dizendo apenas que para o banco que lidera, seriam bons negócios.
«O TGV e o aeroporto da Ota podem ser excelentes negócios para o BPI e estaremos, naturalmente, atentos a isso», afirmou Fernando Ulrich.
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O comentário do CEO surge depois de ter sido questionado acerca do novo ministro das Finanças, Fernando Teixeira Santos, que considera «dar todas as garantias» e acrescenta, em tom de brincadeira, que o ex-Presidente da Comissão de Mercado de Valores Mobiliários «tem obrigação de ser um bom ministro, pelo seu CV académico e experiência».
Lembre-se que, logo após a tomada de posse, Teixeira dos Santos afirmou que «há que concretizar esses projectos mas numa criteriosa política orçamental que não comprometa de forma alguma os compromissos que nós temos no âmbito da União Europeia».
Estas declarações são particularmente pertinentes, depois das agências internacionais de rating Standard & Poors e Fitch, as mesmas que baixaram o rating da República Portuguesa há cerca de três semanas, terem afirmado que vão estar especialmente atentas ao «cumprimento ou incumprimento» das propostas do Pacto de Estabilidade e Crescimento apresentadas na Comissão Europeia.
Chris Pryce, analista da Fitch, afirmou que «Portugal pode eventualmente suportar uma das obras, mas dificilmente tem capacidade financeira para concretizar as duas».
Agora, caso o Governo opte pelos dois projectos, o analista ressalva que a Fitch «não terá outra opção senão olhar novamente para o rating». E acrescenta que tal «não quer dizer que qualquer decisão específica seja inevitável».
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