O Governo vai apresentar publicamente os projectos detalhados do comboio de alta velocidade (TGV) em Setembro e do aeroporto da Ota em Outubro, anunciou hoje no Parlamento o ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Mário Lino.
Perante as dúvidas suscitadas pelos deputados na sequência das declarações de terça-feira do ministro das Finanças, Mário Lino garantiu que a decisão política de avançar com a Ota e o TGV foi tomada e que a «calendarização dos prazos de execução» será conhecida quando forem apresentados «os projectos estratégicos».
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«Cada um dos projectos será depois avaliado à medida que for sendo implementado», afirmou o ministro, considerando que essa é a atitude normal neste tipo de obras, «não existindo pois qualquer contradição com o que disse o ministro das Finanças».
O ministro garantiu aos deputados das comissões parlamentares do Orçamento e Finanças e das Obras Públicas e Transportes que na presente legislatura (2005-2009) será lançado o concurso internacional para o aeroporto da Ota e serão feitas as expropriações e iniciados os trabalhos de drenagem e de desvio das linhas eléctricas.
Apesar de ter afirmado que o investimento será fundamentalmente privado, Mário Lino precisou que o «modelo de financiamento está ainda a ser estudado», mas que tem «informações suficientes» para considerar o projecto viável.
Quanto ao projecto de alta velocidade ferroviária, o ministro afirmou aos jornalistas, à saída da comissão parlamentar, esperar que as principais linhas - Porto-Vigo e Lisboa Madrid - estejam concluídas em 2015, ou seja, com um atraso de cinco anos em relação ao planeado pelos anteriores Governos.
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O ministro apontou como justificações para o atraso, o facto do anterior Governo ter aprovado o projecto e em três anos e meio nada ter feito para o implementar e os condicionalismos financeiros actuais que impõem restrições ao investimento público.
A secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, sublinhou que as três principais linhas (Lisboa/Porto, Porto/Vigo e Lisboa/Madrid) vão criar 60 mil postos de trabalho, directos e indirectos, na fase da construção e durante todo o período da concessão.
Ana Paula Vitorino defendeu a construção do comboio de alta velocidade, afirmando que na Linha do Norte, desde 1995, foram investidos e estão comprometidos mil milhões de euros, tendo-se ganho apenas uma redução de «20 minutos na ligação Lisboa-Porto».
«Teríamos de gastar mais 1.500 milhões de euros para ganhar mais cinco ou dez minutos», afirmou.
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