Já fez LIKE no TVI Notícias?

Casa Pia: Cruz pagava defesa de Bibi

Irmã garante que foi prometida «nova identidade» a Silvino

[Actualizada às 23:30]

Isabel Raposo, irmã do arguido Carlos Silvino da Silva («Bibi»), disse esta quarta-feira em tribunal que a Judiciária prometeu ao irmão que se colaborasse faziam-no sair do país com identidade e fisionomia novas, escreve a agência Lusa. Garantiu ainda que era Carlos Cruz que pagava a Hugo Marçal para defender o seu irmão.

PUB

A testemunha, que reside na Holanda e depôs no Tribunal do Monsanto, Lisboa, afirmou que durante uma visita que fez ao irmão, antes de este ter decidido colaborar com as autoridades, ouviu elementos da PJ fazerem-lhe a proposta de o fazer sair do país com nova identidade e fisionomia, caso «Bibi» revelasse nomes envolvidos no caso de pedofilia com alunos da Casa Pia.

Isabel Raposo relatou, também, que o irmão lhe contou que idêntica proposta lhe foi feita por elementos do Ministério Público, na fase de investigação e antes de o ex-motorista da Casa Pia ter invertido a estratégia de não colaborar com as autoridades.

Em resposta a uma pergunta do advogado José Maria Martins, que defende Carlos Silvino, a testemunha retorquiu que, na fase inicial do processo, em que o irmão era representado por Hugo Marçal - mais tarde também constituído arguido -, «andava muito pressionado e assustado» e que se não fosse este estado psíquico tinha colaborado com as autoridades mais cedo.

PUB

Contou também que marcaram um encontro e que, quando falou de honorários, Hugo Marçal lhe respondeu que não se preocupasse «porque havia quem pagasse», sem, contudo, revelar nomes. De acordo com a testemunha, Hugo Marçal revelou-lhe mais tarde que era o arguido Carlos Cruz que lhe pagava os honorários para defender «Bibi» e que o apresentador lhe teria dito: «Vai lá (à prisão) ver aquele desgraçado antes que ele nos desgrace a nós».

Questionada pelo defensor de Carlos Cruz, Ricardo Sá Fernandes, sobre se tinha enviado uma carta ao Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) em Março de 2003 em que apontava nove figuras conhecidas da sociedade portuguesa, entre elas vários políticos e antigos governantes, como estando ligadas a abusos sexuais, Isabel Raposo confirmou o envio e afirmou que esses nomes lhe chegaram através de telefonemas anónimos.

Sá Fernandes perguntou por que é que não incluiu o nome do apresentador de televisão na carta, uma vez que este lhe foi revelado por Hugo Marçal, tendo a testemunha referido que nunca soube quem era Carlos Cruz e que «isso eram coisas diferentes». «Isso são coisas completamente diferentes. Os outros nomes foram-me revelados através de telefonemas, o de Carlos Cruz foi dito pelo advogado Hugo Marçal. São coisas diferentes», argumentou, acrescentando que não tinha certezas sobre o apresentador e que como teria de ir a tribunal revelaria o nome nessa altura.

PUB

Últimas