A Câmara Municipal de Lisboa (CML) aprovou hoje por maioria uma moção a manifestar a sua "profunda discordância" pela construção do aeroporto na Ota e a aplaudir o TGV, duas medidas do governo de José Sócrates.
A moção, proposta pelo presidente da autarquia, Pedro Santana Lopes, foi aprovada com os votos favoráveis dos vereadores do PSD, CDS- PP, de uma vereadora socialista e de um vereador independente, contando com a abstenção dos comunistas e os votos contra de dois vereadores do PS.
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O documento sustenta que o aeroporto da Portela terá capacidade para "corresponder ao fluxo de passageiros estimado nas próximas duas décadas" e defende que a proximidade desta infra- estrutura à capital "constitui um factor relevante de competitividade", no contexto do alargamento comunitário ao Leste europeu.
Pelo contrário, frisa a moção, o Transporte Ferroviário de Alta Velocidade (TGV) "é uma forma de contrariar a situação periférica de Lisboa", integrando a cidade na rede ferroviária internacional e permitindo o descongestionamento das estradas.
Para a Câmara Municipal, o TGV contribui para "uma maior competitividade de Lisboa no espaço europeu".
Classificando a construção do aeroporto na Ota como um "rematado disparate", Santana Lopes defendeu que esta obra "torna Lisboa mais periférica, enquanto o TGV integra a capital na rede europeia".
Também o vereador António Monteiro (CDS-PP) considerou que "deslocalizar o aeroporto da Portela prejudica claramente a cidade, um sector económico fundamental no país".
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A socialista Margarida Magalhães justificou o seu voto favorável à moção defendendo o "complemento da Portela com outras soluções, como o prolongamento para Figo Maduro, Montijo ou Alverca".
Fontão de Carvalho, vereador independente, apoiou a moção "sem reservas", sustentando que "Lisboa deve lutar para que o aeroporto nunca saia da Portela".
O socialista Vasco Franco disse ser "defensor do aeroporto na Portela pelo tempo que for possível", mas sustentou que "o crescimento do transporte aéreo tem sido exponencial, pelo que a Portela poderá chegar a uma saturação mais cedo do que é previsível".
Os vereadores comunistas afirmaram acompanhar "as preocupações expressas" e justificaram a abstenção por não conhecerem "suficientemente" as propostas concretas e alternativas.
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