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O homem que filmou os atacantes do «Charlie Hebdo», mais tarde identificados como os irmãos Kouachi, a matar um polícia em Paris, mostra-se arrependido da sua decisão e diz que colocar o vídeo online foi um «reflexo estúpido». Jordi Mir contou à Associated Press que se apercebeu dentro de minutos que colocar as imagens da morte de Ahmed Merabet no Facebook tinha sido um erro. Mas quando o tirou, 15 minutos depois, já era tarde para impedir a sua propagação e divulgação nas redes sociais.
«Precisava de falar com alguém. Estava sozinho no meu apartamento, e pus o vídeo no Facebook. Esse foi o meu erro».
filmagem de 42 segundos«Eu estava completamente em pânico», contou entrevistado no local onde o polícia foi abatido a tiro.
«Não há justificação», defendeu, atribuindo o «reflexo» ao hábito de uma década de interação nas redes sociais. «Eu tiro uma fotografia – um gato – e publico no Facebook. É o mesmo reflexo estúpido», afirmou, acrescentando que se pudesse voltar atrás nunca o faria novamente.
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«No Facebook não há confidencialidade», «é uma lição para mim», acrescentou.
«Como se atrevem a divulgar aquele vídeo?», questionou os jornalistas o irmão de Ahmed, Malek, este sábado. «Eu ouvi a voz dele. Reconheci-o. Vi-o ser assassinado e ouço-o a ser assassinado todos os dias», acrescentou.
O investigador da Universidade de Londres, Asa Cusack, defendeu no Huffington Post que o vídeo despojou Ahmed Merabet da sua dignidade, uma opinião partilhada por muitos. Depois da erupção social de #JesuisCharlie, surgiu o «hashtag» #JesuisAhmed, uma homenagem ao polícia que morreu a defender um jornal que satirizava a sua fé.
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