O Brasil teve no ano passado 3,5 vezes mais acidentes aéreos do que a média mundial e o controle de tráfego compromete a segurança dos voos, revela um relatório da Associação Internacional em Transporte Aéreo (AITA).
O relatório, divulgado esta segunda-feira na Folha Online, refere que o Brasil teve, em 2006, uma média de 2,25 acidentes por milhão de percursos voados, enquanto a média mundial foi de 0,65 e na América Latina de 1,80.
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«O número de incidentes reportados pelas empresas áreas confirma a percepção de que a situação do controle de tráfego aéreo é instável, ineficiente e, de facto, compromete a segurança dos voos», salienta o documento da AITA.
A Associação Internacional em Transporte Aéreo prevê que a crise se prolongue e que o país possa sofrer impactos no turismo e, em última análise, no relacionamento com o mundo.
A AITA, associação internacional de companhias aéreas sem fins lucrativos que reúne 244 membros, enviou o relatório sobre a situação do transporte aéreo no país para o Ministério da Defesa brasileiro, companhias e Sindicato Nacional das Empresas de Aviação (SNEA).
A AITA aponta como objectivos a curto prazo o aperfeiçoamento de infra-estruturas nos principais aeroportos e a criação de um plano para diminuir os problemas do controle de tráfego aéreo.
De acordo com a Folha Online, o Ministério da Defesa brasileiro não comentou o relatório.
Um dos piores acidentes aéreos registados no Brasil ocorreu em Setembro de 2006, quando um boeing da Gol chocou no ar com um jacto Legacy e cai no estado de Mato Grosso, provocando a morte a 154 pessoas, entre as quais um português.
Já este ano, em Julho, um avião da TAM despenhou-se contra o prédio da empresa no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, matando mais de 150 pessoas, entre passageiros, tripulantes e funcionários da empresa, e em que morreu também um cidadão português.
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