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«Check-list» para médicos

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OMS quer submeter médicos a rotina de «check-list» como pilotos nos aviões, antes de realizarem cirurgias

A Organização Mundial da Saúde(OMS) propôs reduzir os riscos de complicações e de mortalidade ligadas à cirurgia submetendo os médicos a uma «check-list» semelhante à dos pilotos, uma iniciativa simples, pouco dispendiosa mas muito eficaz, escreve a Lusa.

Atendendo a que actualmente se efectuam, em todo o mundo, 234 milhões de grandes intervenções cirúrgicas - um número que tende a aumentar - a OMS calcula que metade das complicações e de mortes seria evitável.

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Os estudos mostraram que nos países industrializados, as complicações graves ocorrem em três a 16 por cento das intervenções com uma taxa de incapacidade definitiva e de mortalidade de 0,4 à 0,8 por cento, precisa a OMS.

Cerca de um milhão de pessoas morrem todos os anos após intervenções cirúrgicas e metade delas poderiam ser salvas, acrescenta o organismo com sede em Genebra.

A taxa de mortalidade ligada à anestesia é de um em cada 150 em certas regiões da África sub-sahariana.

«Determinamos que uma lista de verificação (check-list) para assegurar que todos os procedimentos de base foram bem executados, durante e depois de uma intervenção cirúrgica poderia fazer uma enorme diferença não apenas nos países mais pobres mas também nos mais ricos», explicou o médico Atul Gawande, um cirurgião e professor da faculdade de Medicina de Harvard (Massachussetts).

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«É como um check-list no "cockpit" de um avião, é curto, simples e a equipa de cirurgia poderia trabalhar assim da melhor forma», acrescentou.

Se o «check-list» oral é praticado na aviação há 75 anos, «é a primeira vez que o fazemos na cirurgia afim de reduzir as taxas de complicação e mortalidade», acrescentou o cirurgião a quem a OMS pediu para elaborar esta iniciativa com base nos resultados publicados hoje pela revista britânica The Lancet.

O médico explicou que a lista foi concebida para visar as três principais causas de mortalidade na cirurgia: as infecções, as complicações ligadas às hemorragias e a segurança da anestesia.

Primeiros testes positivos

Para testar a «check-list», a OMS e a equipa de médicos que trabalham no projecto co-dirigido pelo dr. Gawande, examinaram de inicio os oito melhores centros hospitalares em quarto países desenvolvidos (Seattle, Toronto, Londres e Auckland) e quartro no mundo em desenvolvimento (Amã, Manila, Nova deli e numa zona rural na Tanzânia).

Depois do sistema da «check-list» ter entrado em vigor e após mil intervenções cirúrgicas, a taxa de esquecimento e de erro caiu de 50 por cento para 32 por cento na maioria dos oito hospitais piloto e nalguns atingiu mesmo a taxa zero, disse.

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