A polícia austríaca revelou esta quinta-feira que Josef Fritzl, o homem que sequestrou durante 24 anos uma filha e a submeteu a violações de que resultaram vários filhos, terá ameaçado introduzir gás na cave onde as vítimas viviam caso lhe acontecesse algo, refere a Lusa.
Hoje, a polícia tentava verificar se existia um mecanismo que permitisse introduzir gás na cave da casa de Amstetten, onde Elisabeth vivia com alguns dos filhos que nasceram da relação incestuosa.
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«Verificamos se de facto poderia ser introduzido gás se lhe acontecesse algo», disse aos jornalistas um porta-voz da polícia, Helmut Greiner.
Seis técnicos da polícia criminal procederam a verificações no subterrâneo de 60 metros quadrados.
Descia todas as manhãs à cave
Uma cunhada de Fritzl disse entretanto a um jornal austríaco que este, que vivia com a família na referida casa, descia todas as manhãs à cave com o pretexto de trabalhar numas máquinas que queria vender.
«Às vezes também passava lá a noite. Agora sabemos porquê», adiantou.
Segundo a mesma familiar, Josef Fritzl, actualmente com 73 anos, já foi preso há 40 anos por violação de uma mulher.
«Isso quando já tinha quatro filhos da minha irmã», sublinhou.
A polícia austríaca revelou sábado a descoberta em Amstetten, leste da Áustria, da cave onde Josef Fritzl mantinha sequestrada a filha, Elisabeth, 42 anos, e três dos sete filhos que teve desta. Uma outra criança terá morrido ainda bebé.
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As restantes três crianças apareceram à porta da casa da família em 1993, 1994 e 1997, segundo Fritzl, abandonadas pela filha para serem educadas pelos pais, dado que Elisabeth não teria condições para o fazer.
Análises de ADN já confirmaram que Fritzl é o pai das seis crianças vivas.
«Escolhias em função do choro»
Segundo recentes declarações à imprensa do inspector-chefe Leopold Etz, que interrogou o suspeito após a sua detenção, as crianças que Josef decidiu não manter na cave foram escolhidas com base no seu estado de saúde e na sua tendência para chorarem enquanto os três que foram mantidos com a mãe eram os mais calmos.
O caso foi revelado depois de uma das filhas que viviam com Elisabeth na cave, Kerstin de 19 anos, ter sido encontrada inconsciente e gravemente doente a 19 de Abril, tendo sido hospitalizada.
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