O politólogo António Roberto Espinosa, que militou ao lado da presidente brasileira Dilma Rousseff contra a ditadura militar do país, afirmou que os atuais protestos em cidades brasileiras constituem uma «mudança de época».
«As manifestações representam a necessidade de um novo pacto social» porque a «juventude não assinou o contrato, e não é obrigada a aceitar o mundo como o recebeu», explicou Espinosa.
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Para o especialista em Ciências Políticas e professor de Política Internacional e de Relações Internacionais, os protestos são «positivos» e «necessários».
Já o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Rio de Janeiro afirmou à Lusa que elementos neonazistas são responsáveis por atos de vandalismo e destruição de edifícios públicos e comércio durante os protestos nas ruas nos últimos 10 dias.
«Há um vazio institucional. A polícia recuou durante as manifestações dando espaço para a atuação de grupos neonazis infiltrados, que já vão com barras de ferro no início» das manifestações, disse Felipe Santa Cruz.
O presidente da OAB do Rio de Janeiro referiu-se especialmente ao protesto no último dia 17 de junho, no centro da cidade. Na ocasião, o protesto reuniu 100.000 pessoas e, ao final, terminou em confrontos, com tentativas de invasão ao Palácio Tiradentes, sede da Assembleia Legislativa estadual.
De acordo com uma sondagem divulgada este domingo pela revista Época, 75 por cento dos brasileiros apoia as manifestações que têm ocorrido ao longo dos últimos dias no país, mas apenas seis por cento participaram neles.
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O inquérito encomendado, realizado nos dias 19 e 20, sobre as manifestações, as atuais condições de vida no Brasil ou os políticos, revela ainda que 69% dos brasileiros dizem-se satisfeitos com a vida que levam e 43% disse ter «expetativas positivas sobre o futuro do país».
A principal razão pela qual os brasileiros apoiam os protestos (77%) relaciona-se com o preço e a qualidade dos transportes públicos.
A classe política e a corrupção são outros motivos pelos quais os brasileiros deram o seu apoio às manifestações populares.
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