O ex-chefe do Governo espanhol José Maria Aznar considera que «o mundo está melhor sem Saddam Hussein» e defende a cimeira das Lajes, Açores, que há cinco anos desencadeou a intervenção militar no Iraque, liderada pelos EUA, refere a Lusa.
Em entrevista à BBC, Aznar quebrou o silêncio e falou da chamada «Cimeira da Guerra» no Iraque que protagonizou, fez domingo último cinco anos, juntamente com o presidente norte-americano, George W. Bush, e os então primeiros-ministros do Reino Unido e de Portugal, Tony Blair e Durão Barroso, ambos actualmente a desempenhar funções internacionais relevantes.
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O antecessor de Mariano Rajoy na liderança do Partido Popular (PP) espanhol (centro-direita) recorda a reunião decisiva, que decorreu a 16 de Março de 2003, na base militar portuguesa da Lajes, ao serviço dos EUA, qualificando-a de cimeira «com especial intensidade».
«Foi uma reunião curta e tranquila, mas vivida com especial intensidade», porque era «um momento de grande transcendência para o mundo», declarou Jose Maria Aznar na entrevista.
Iraquianos vivem situação «muito boa»
A propósito do 5º aniversário, que se assinala hoje, do início da invasão do Iraque por uma coligação militar internacional liderada pelos EUA e pelo Reino Unido, com o apoio declarado e ostensivo, desde o início, dos governos de então de Espanha e de Portugal, Aznar considera que, actualmente, os iraquianos vivem uma situação que, «sem ser idílica, é realmente muito boa».
Para Aznar, os iraquianos têm uma vida «menos difícil do que na época de Saddam Hussein e o mundo está melhor sem Saddam».
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Questionado sobre se se arrepende de ter participado na cimeira dos Açores, o ex-líder espanhol afirmou não ter a mínima dúvida de que faria hoje exactamente o mesmo que há cinco anos.
«Actuaria da mesma maneira»
«Actuaria da mesma maneira. Apesar de ter sido um momento difícil para mim, a minha consciência e a minha mente estão claras. Tomámos a decisão correcta», frisou.
O Iraque, segundo Aznar, vive uma situação «muito boa», porque «as pessoas podem participar mas eleições e falar livremente».
«Há liberdade no país» e existe «a possibilidade de tornar o Iraque numa democracia», considera.
O ex-chefe do governo espanhol justificou ainda o seu apoio à intervenção anglo-norte-americana no Iraque com a necessidade de a Espanha manter «uma aliança muito estreita e sólida com amigos poderosos».
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