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Brasil: protesto contra sequestro e tortura de jornalistas

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Centenas de pessoas manifestaram-se no Rio de Janeiro

Centenas de pessoas participam esta segunda-feira, no centro do Rio de Janeiro, num acto de repúdio ao recente sequestro e tortura de uma equipa de reportagem do jornal O Dia, que também relembra os seis anos do assassínio de um jornalista televisivo.

«É inadmissível que estes actos de agressão contra jornalistas ainda ocorram no Brasil. O jornalista tem o papel de informar à população, mas sem colocar sua vida em risco», disse à Lusa a presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio de Janeiro, Suzana Blass.

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No domingo, O Dia noticiou que uma equipe que fazia reportagens sobre a vida de moradores numa favela da zona norte do Rio de Janeiro, controlada por milícias, tinha sido sequestrada e torturada no dia 14 de Maio.

As milícias são grupos paramilitares formados por polícias militares, civis, soldados e bombeiros no activo ou aposentados que, à margem do poder do Estado, actuam coagindo moradores de localidades pobres.

O sequestro foi divulgado apenas agora para não interferir com as investigações. Uma repórter, um fotógrafo e um motorista do jornal foram espancados e submetidos a choques eléctricos e sufocamento com sacos plásticos pelos milicianos durante mais de sete horas.

Jornalistas com medo

A presidente do Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro condenou a violência e disse que houve um «atentado à liberdade de imprensa».

«Foi feita uma acção de intimidação à imprensa. Os jornalistas estão assustados e com medo de realizar reportagens nas favelas», destacou.

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Em nota, o Sindicato dos Jornalistas protestou contra a insegurança no estado do Rio de Janeiro. «É inaceitável que o governo do Rio de Janeiro não consiga impedir a acção criminosa de seus próprios agentes, integrantes de máfias milicianas que disputam com o tráfico de drogas o domínio das comunidades carentes», destacou o documento.

O comunicado criticou ainda a impunidade em relação aos «falsos agentes da lei que protagonizam a violência» e disse que o Rio de Janeiro está «alarmado com a infiltração do crime em suas instituições públicas».

Em Junho de 2002, o jornalista da TV Globo Tim Lopes, que fazia investigações para uma reportagem sobre a exploração sexual de adolescentes em bailes funk, foi torturado até à morte e queimado, tendo partes do seu corpo sido encontrados dias depois num cemitério clandestino de uma favela na zona norte da cidade.

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