O Presidente da Federação de Associações Ciganas em França considerou «inaceitáveis» as expulsões de pessoas de etnia cigana, uma medida que, segundo ele, «estigmatiza» uma comunidade inteira e apenas serve para «mascarar os graves problemas sociais» do país, escreve a Lusa.
A França começou esta quinta-feira as primeiras repatriações de pessoas de etnia cigana em situação irregular no país, um processo que está a gerar polémica e acusações sobre a alegada atitude xenófoba do governo de Nicolas Sarkozy.
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«O que está a acontecer agora em França, símbolo da democracia, liberdade e fraternidade, é simplesmente inaceitável, ainda por cima quando muitas das pessoas afectadas nasceram em França e têm todo o direito de lá estarem», criticou Alain Daumas.
Contactado telefonicamente, desde Lisboa, o dirigente da federação - com sede em Toulouse e que representa várias associações ciganas -, lamentou em declarações à agência Lusa que a comunidade esteja a «servir de bode expiatório para mascarar os graves problemas sociais e económicos que a França atravessa».
Daumas sublinhou que estas deportações também estão afectar «muitos ciganos de origem francesa», pessoas que «sempre viveram em França, cidadãos europeus que pelos vistos não têm direito de viver num país europeu».
«Sarkozy anunciou que iria resolver definitivamente o problema dos ciganos e agora está a cumprir essa promessa. Mas esta medida visa apenas mascarar os graves problemas da França e a incapacidade do Governo em resolvê-los», acusou Daumas.
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Através de uma «estigmatização inaceitável de toda uma comunidade», um governo conservador «que não pára de cair nas sondagens» pretende apenas «desviar a atenção dos verdadeiros problemas, é tão simples quanto isto», reiterou.
Daumas criticou o facto de as autoridades francesas estarem a «assimilar as pessoas de origem estrangeira em geral ¿ sobretudo as pessoas de etnia cigana - à delinquência».
O responsável adiantou à Lusa que as associações representativas da comunidade em França vão tomar «todas as diligências necessárias junto das autoridades europeias para denunciar esta situação».
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