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Guiné: «Qualquer força estrangeira será invasora»

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Comando Militar que tomou o poder diz que «o país não está em guerra»

O porta-voz do Comando Militar que tomou o poder na Guiné-Bissau no passado dia 12 disse hoje que qualquer força estrangeira enviada para o país seria considerada pelos militares uma força invasora «porque o país não está em guerra».

Segundo o tenente-coronel Daba Na Walna, não se justifica o envio de uma força estrangeira «seja de interposição como de manutenção da paz» para a Guiné-Bissau porque «o país não se encontra em nenhuma guerra».

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O porta-voz do Comando Militar guineense falava numa conferência de imprensa para «responder às declarações do Ministro dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau e do senhor Georges Chicoti (chefe da diplomacia angolana)», na quinta-feira, na sede das Nações Unidas.

Não percebem atitude de Paulo Portas

Mas o Comando Militar que tomou o poder na Guiné-Bissau desde o dia 12 disse, também hoje, não compreender a atitude do ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Paulo Portas, que, considera, «se deixou levar a reboque de Angola».

«Paulo Portas diz que isso é uma falta de respeito à comunidade internacional (se a comunidade internacional deixar de agir). Ele que cuide dos problemas que Portugal tem. Nós respeitamos o povo português e eu tenho, não digo admiração, mas um respeito muito particular para o Paulo Portas, por ser um homem culto e inteligente, custa-me acreditar que se vá a reboque de Angola por causa dos petrodólares. Isso é uma vergonha», referiu o tenente-coronel Daba Na Walna.

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O porta-voz do Comando Militar na Guiné-Bissau vê nessa atitude de Paulo Portas uma falta de inteligência do governante português.

«Não sei onde é que ele terá posto a sua inteligência para estar a pedir o envio de forças para aqui num país que não tem guerra», disse Daba Na Walna, jurista licenciado pela Faculdade de Direito de Bissau e mestre pela Faculdade de Direito de Lisboa.

O Comando Militar nomeou na quinta-feira o ex-presidente da Assembleia Nacional Serifo Nhamadjo para a chefia do Estado interina até à realização de eleições, mas a comunidade internacional não reconhece as autoridades nomeadas pelos militares.

Também na quinta-feira, o conselho de Segurança das Nações Unidas discutiu a situação na Guiné-Bissau e os chefes da diplomacia de Portugal, Angola (pela CPLP), o próprio ministro dos Negócios Estrangeiros guineense, Mamadu Djaló Pires, e o embaixador da Costa do Marfim (pela CEDEAO) pediram o envio de uma força de interposição para devolver o poder aos civis.

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