Já fez LIKE no TVI Notícias?

Bispo em greve de fome

Relacionados

Luiz Flavio Cappio foi hospitalizado ao saber que tribunal lhe dava razão

O bispo da cidade de Barra que se encontra há 22 dias em greve de fome, em protesto pelo transvase do Rio São Francisco, foi hospitalizado depois de desmaiar ao saber da decisão judicial a favor das obras que contesta, informaram fontes religiosas, citadas pela agência Lusa.

A Conferência Nacional de Bispos de Brasil (CNBB), divulgou dois comunicados em que informa sobre o estado de saúde do bispo Luiz Flavio Cappio, que decidiu manter o jejum apesar de ter sido internado em estado «semi-consciente».

PUB

Cappio foi hospitalizado quarta-feira à noite por orientação médica mas «o jejum não foi suspenso», informou a Conferência, explicando que a decisão sobre a greve de fome será tomada depois de o bispo recuperar plenamente a consciência. Só então ele decidirá sobre o jejum.

O boletim médico indica que o estado geral de saúde do religioso está «comprometido» e que este deve continuar internado «para evitar possíveis danos permanentes».

O bispo perdeu o conhecimento ao saber da decisão do Supremo Tribunal Federal, sobre o recomeço das obras, suspensas há uma semana numa decisão preliminar.

Antes de desmaiar, Cappio expressou às pessoas que o acompanham no seu jejum na cidade de Sobradinho «a profunda tristeza» sentida com a decisão judicial.

Governo negoceia com bispo

Horas antes, o ministro da Integração Nacional (Obras Públicas), Geddel Vieira Lima, remeteu para quinta-feira o anúncio do nome do vencedor do primeiro lote de licitação do transvase a que se opõe o prelado.

PUB

O Governo brasileiro acedeu a negociar com o bispo e, numa reunião entre o Episcopado e um mediador da Presidência que se prolongou por várias horas terça-feira à noite, aceitou suspender as obras durante dois meses, para «explicar melhor» à população.

Segundo o ministro, a decisão da máxima autoridade judicial brasileira, «demonstrou que este projecto é correcto do ponto de vista ambiental, economicamente sustentável e socialmente justo».

«O Estado não pode estar sujeito a este tipo de pressões, por mais comovente que isso seja», argumentou.

O polémico projecto está orçado em três mil milhões de dólares e prevê a construção de 720 quilómetros de canais que desviarão a água do São Francisco, o terceiro rio mais caudaloso do país para a pobre e árida região do Nordeste brasileiro assolada por frequentes secas.

Em 2005, o bispo realizou uma primeira greve de fome de 11 dias, até arrancar a promessa do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, de modificar o projecto.

PUB

Relacionados

Últimas