A Polícia Nacional de Angola negou, esta quinta-feira, que tenha feito detenções durante a manifestação de ativistas em Luanda, na quarta-feira, garantindo que apenas "recolheu" jovens, entretanto libertados, por "tentarem alterar a ordem" na cidade.
A informação foi prestada à agência Lusa pela porta-voz do Comando Provincial de Luanda daquela força, intendente Engrácia Costa, garantindo a oficial que a presença da polícia no Largo da Independência, à hora da manifestação dos ativistas, visava assegurar a segurança de outro evento que decorria no local.
"Foram [jovens ativistas que se manifestavam] recolhidos porque insistiam, apesar da nossa sensibilização. Depois de identificados numa unidade nossa, foram mandados embora. Não, não foram detidos, foram recolhidos só para prevenir alguma alteração da ordem que eles tentavam fazer", afirmou a oficial da polícia, sem querer adiantar quantos estiveram nessa situação.
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O protesto realizou-se pelas 16:00 (mesma hora em Lisboa), no Largo da Independência, com os jovens manifestantes gritando por "Liberdade" e a entrarem naquela área, que registava forte aparato policial e onde já decorria uma ação das estruturas juvenis do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), envolvendo cerca de duas centenas de jovens.
A aproximação entre os manifestantes, do autodesignado Movimento Revolucionário, e aquela juventude partidária levou a polícia de intervenção colocada no local - e que seguia a aproximação destes elementos - a carregar sobre os mesmos, recorrendo a equipas cinotécnicas, conforme a Lusa constatou no local, por entre momentos de forte tensão.
Ministro da Justiça diz que não há presos políticos no paísSegundo Rui Mangueira, neste caso em concreto, registaram-se ações "com o claro objetivo de preparar a execução de determinados atos que são considerados crimes", pelo que os 15 jovens detidos pela polícia não estavam "só a pensar" e que mesmo que preparatórios (os atos) "são condenáveis" criminalmente.
"É justamente nesta perspetiva que nós estamos a ver que os atos violavam as disposições da lei 23/10, que é a lei dos crimes contra a segurança do Estado. Que é isso que vem estabelecido no próprio comunicado da Procuradoria-Geral da República [PGR]", disse o ministro.
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