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Zimbabué: nova investida contra fazendeiros brancos

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Três foram detidos e 30 intimados a comparecer em tribunal por se recusarem a abandonar as suas terras

Três fazendeiros brancos foram detidos quinta-feira e 30 intimados a comparecer em tribunal por se recusarem a abandonar as suas terras, disse à Lusa desde Harare o presidente da Associação de Agricultores Comerciais do Zimbabué (CFU).

Trevor Gifford denuncia a nova ofensiva do regime de Robert Mugabe contra o sector agrícola como «uma derradeira e desesperada tentativa dos dirigentes da Zanu-FP se apoderarem do maior número possível de fazendas antes da tomada de posse do novo primeiro-ministro e líder do MDC, Morgan Tsvangirai».

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«É inconcebível que o sector, que foi praticamente destruído pelo governo de Robert Mugabe, continue a sofrer as investidas dos senhores do poder a poucos dias da entrada em funções de um governo de unidade nacional», desabafou Gifford.

Os três fazendeiros detidos, sem que tenham violado qualquer lei ou regulamento do país - Gary Godfrey, Saul Rodgers e Chris Jarret - fazem parte de um grupo de 78 agricultores comerciais que recorreram ao Tribunal da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), pedindo que os seus direitos sobre a terra que adquiriram legalmente e que cultivam sejam protegidos contra o governo de Harare, que tenta a sua expropriação há vários anos.

O tribunal da SADC deu razão aos fazendeiros, criticando no seu acórdão o governo de Mugabe por violar os direitos fundamentais dos queixosos a possuir propriedade. O tribunal acusou igualmente o regime da Zanu-FP de actuar contra os fazendeiros brancos com base em racismo.

«Apesar do acórdão desfavorável, o governo de Robert Mugabe persistiu teimosamente na perseguição aos fazendeiros, detendo, agredindo e expulsando das terras dezenas deles nos últimos seis meses», disse à Lusa o presidente da CFU.

A Associação de Agricultores Comerciais do Zimbabué (CFU) tinha em 2000 mais de 4.600 membros. Na sequência do controverso programa de reforma agrária lançado por Mugabe, 4.200 deles perderam as suas fazendas sem qualquer indemnização, muitas vezes perdendo também todos os seus haveres pessoais quando foram forçados pela polícia e grupos de milicianos a soldo do regime a abandonar as terras que cultivam há décadas.

Morgan Tsvangirai já fez questão de assegurar que logo que tomar posse fará tudo ao seu alcance para garantir os direitos individuais e colectivos dos seus compatriotas e o triunfo do Estado de direito.

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