Já fez LIKE no TVI Notícias?

O testemunho de um português em Myanmar

Relacionados

«Tenho mais confiança no governo de Myanmar do que nas organizações internacionais», diz

Um português residente em Myanmar defendeu este sábado, em declarações à Agência Lusa, que o governo de Rangum pode gerir melhor a recuperação do país depois da passagem do ciclone Nargis do que as organizações internacionais de ajuda humanitária.

«As organizações internacionais de ajuda humanitária devem dar os meios às autoridades birmanesas, que não são nenhuns ladrões, e as contas fazem-se depois», afirmou à Lusa um português que vive com a mulher e os filhos em Rangum, capital de Myanmar (antiga Birmânia), e que pediu para não ser identificado.

PUB

Myanmar: mais devastador do que o tsunami

A testemunha garantiu que a junta militar que governa Myanmar não está a impedir a entrada da ajuda humanitária no país, ao contrário do que foi denunciado pelas organizações internacionais ao longo da semana. «O governo está a organizar a recuperação do país, o exército está a trabalhar como pode e há grande entre-ajuda nas ruas», contou.

«Situação não está caótica»

«Tenho mais confiança nos birmaneses do que nas organizações internacionais» para a gestão da ajuda humanitária e restabelecimento das zonas afectadas, acrescentou. O português considera que «é uma vergonha [as organizações internacionais como a Cruz Vermelha] não utilizarem os meios que têm disponíveis para ajudar».

«Myanmar aceita uma ajuda sincera e desinteressada e quer fazer as coisas à sua maneira», afirmou o cidadão português, explicando que «as visões pessimistas da situação que são transmitidas no Ocidente» não coincidem com a realidade que o país está a viver. «Não há pânico, não vai haver cólera, a situação não está caótica», assegurou.

PUB

Sobre a situação no terreno, este cidadão português diz que «claro que há árvores caídas, os postes de electricidade estão pelo chão, há barcos afundados no rio, mas metade da cidade já tem água, já se pode comer peixe fresco e os supermercados estão abertos».

«A gasolina está racionada, o que é normal, porque é preciso dar prioridade aos geradores, mas os telefones e a internet funcionam em quase toda a cidade», acrescentou.

Quando o ciclone Nargis passou por Myanmar, o cidadão português estava na China, mas conta que «foram ventos a 250 quilómetros por hora durante 12 horas, que começaram sexta-feira às 23:00 e só terminaram no Sábado às 11:00». O português juntou-se à família na quarta-feira passada.

«São dias de reconstrução mas a vida está a andar para a frente. Vai levar algum tempo até a normalidade estar restabelecida, mas tudo se vai reparar», disse com optimismo.

O cidadão português sublinhou que a ajuda de um país com poder económico como a China é essencial e deixou o apelo: «Portugal podia ajudar. Considerando o passado que temos neste país, Portugal também podia enviar ajuda humanitária».

PUB

Relacionados

Últimas