Um padre que abusou sexualmente de crianças foi protegido pelo cardeal norte-americano Willian Levada, actualmente prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, dicastério do Vaticano que era ocupado por Joseph Ratzinger, actual papa Bento XVI.
De acordo com a AFP, que cita fontes judiciais, Levada foi responsável na década de 1990 pela transferência de um sacerdote pedófilo, sem avisar os fiéis do seu passado. Os abusos, segundo um testemunho prestado pelo próprio cardeal, em 2006, citado pela agência, «remontam há 20 anos».
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«Os terapeutas afirmaram que ele não representará mais um perigo para ninguém e que seria mais prudente dar-lhe um novo lugar, que isso ajudaria a retomar o trabalho em condições que lhe garantissem o mínimo de stress», terá justificado o cardeal, que foi arcebispo de Portland, no estado do Oregon, e de São Francisco, na Califórnia.
O caso ter-se-á passado quando o responsável eclesiástico estava em Portland, já que o testemunho escrito, agora divulgado pela agência noticiosa francesa, foi-lhe facultado por um advogado de vítimas de padres pedófilos no Oregon.
Willian Levada assumiu não ter avisado os fiéis de que o padre em causa tinha mantido práticas sexuais com adolescentes na década de 1970.
«Tomei a decisão que julguei a mais avisada, dando todos os detalhes ao padre responsável pela paróquia (...) e exigindo-lhe que supervisionasse o seu comportamento, reunindo-me com ele uma vez por semana», explicou, referindo que o aviso da população «poderia ter um impacto e dificultar a missão» do padre.
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