A Rússia decidiu hoje expulsar três diplomatas georgianos acreditados em Moscovo, depois de na quarta-feira o Presidente da Geórgia ter expulso três diplomatas russos de Tbilissi, noticia a Lusa.
«Ao encarregado de negócios da Geórgia na Rússia, que foi chamado hoje ao Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, foi entregue uma nota na qual três funcionários da Embaixada georgiana são declarados persona non grata», noticiou a agência Ria-Novosti, citando fonte diplomática de Moscovo.
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Na quarta-feira, o Presidente da Geórgia, Mikhail Saakachvili, acusou a Rússia de estar por detrás das manifestações da oposição e anunciou a expulsão de três diplomatas russos de Tbilissi. Além disso, o embaixador georgiano foi chamado para consultas.
Hoje à tarde, o porta-voz da diplomacia russa, Mikhail Kaminin, considerou os acontecimentos na Geórgia como «uma opressão brutal» dos direitos humanos e das liberdades democráticas.
O Presidente da Geórgia decretou esta quarta-feira o estado de emergência durante 15 dias na sequência de violentos confrontos entre as forças de segurança e os manifestantes que exigem a demissão do chefe de Estado.
«Infelizmente, temos de constatar que o ataque duro contra as manifestações populares em Tbilissi e a imposição do estado de emergência pelas autoridades da Geórgia fizeram aproximar este país da situação de série crise de defesa dos direitos humanos», declarou Kaminin.
«Esperamos que a comunidade internacional, incluindo as estruturas de defesa dos direitos humanos da ONU, OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa) e o Conselho da Europa, avalie apropriadamente a hostilidade do governo da Geórgia face à dissidência, à eliminação pela força da oposição e ao aumento sem precedentes da pressão sob a sociedade civil», acrescentou.
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«A arbitrariedade policial, o recurso excessivo à força contra manifestantes, as detenções de opositores e de defensores dos direitos humanos, a proibição de meios de comunicação social independentes, a agressão de jornalistas estrangeiros podem ser qualificados como violações grosseiras e maciças dos direitos humanos», declarou o porta-voz russo.
Para Kaminin, «a impunidade de semelhantes acções poderá ameaçar não só centenas de vidas não só na própria Geórgia, mas também a paz e a estabilidade na região em geral».
«A Rússia garantirá a protecção dos seus cidadãos residentes na Abkházia e Ossétia do Sul», concluiu.
A Abkházia e a Ossétia do Sul são duas regiões separatistas da Geórgia, cujos governos têm o apoio de Moscovo. Para fortalecer a sua posição nestes territórios, Moscovo concedeu cidadania russa a cerca de 80 por cento dos habitantes da Abkházia e da Ossétia do Sul.
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