Um responsável da Liga Árabe afirmou este sábado que a organização não prevê retirar os observadores encarregados de avaliar a situação na Síria, onde o regime tem reprimido com violência a contestação popular do regime liderado pelo presidente Bashar al-Assad.
«A agenda da reunião do comité ministerial árabe sobre a Síria não inclui qualquer projecto de retirada dos observadores», declarou à agência noticiosa francesa AFP o secretário-geral adjunto da Liga Adnan Issa, numa altura em que muitos criticam o fracasso da missão árabe.
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«Não falamos de retirada, mas do reforço da missão», adiantou Issa, precisando que o número de observadores actualmente na Síria é de 153, a que se juntarão hoje mais 10 vindos da Jordânia.
Assinalou que «os países árabes querem que os observadores continuem a sua missão e que esta seja reforçada a nível logístico».
O responsável falava na véspera de uma reunião do comité encarregado do dossier sírio, onde será apresentado um relatório do chefe dos observadores.
A equipa de observadores da Liga Árabe está na Síria desde 26 de Dezembro, sem que a repressão do regime do presidente Bashar al-Assad, que causou mais de 5.000 mortos em nove meses segundo a ONU, pareça diminuir.
Este sábado, decorreram os funerais, transmitidos em directo pela televisão estatal, dos 26 mortos no atentado suicida de sexta-feira em Damasco. O ataque causou ainda 63 feridos.
Também o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, com sede em Londres, informou que quatro civis foram mortos hoje a tiro pelas forças de segurança em Homs (centro).
Neste contexto, são muitos, sobretudo na oposição síria, os que criticam a missão e defendem que a Liga Árabe deve transferir o dossier para o Conselho de Segurança das Nações Unidas.
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