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Sida deve ser comparada às catástrofes

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A Sida é um enorme desastre cuja envergadura e alcance poderiam ter sido evitados

A Sida é um enorme desastre cuja envergadura e alcance poderiam ter sido evitados e, para travar a epidemia em África, deve-lhe ser dada pelos governos e organizações uma prioridade igual à dos planos de catástrofes e desastres, noticia a Lusa.

Esta é uma das principais mensagens do Relatório Mundial sobre Desastres, divulgado esta quarta-feira em Genebra pela Cruz Vermelha, que realça que a epidemia no Sul de África deve ser considerada «uma catástrofe», ao mesmo nível que «as inundações ou a fome».

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O relatório da Cruz Vermelha, este ano dedicado especialmente ao vírus do VIH, que infecta cerca de 33 milhões de pessoas em todo o Mundo, sublinha que a Organização das Nações Unidas (ONU) define uma catástrofe como «ruptura grave do funcionamento de uma sociedade pondo em causa factores humanos, materiais e ambientais cuja amplitude excede as capacidades de lhe fazer face».

Lindsay Knight, que chefia a equipa de peritos que elaborou documento, explicou, em conferência de imprensa, que «o estigma, a ignorância e a falta de acção política» provocaram milhões de mortes que poderiam ter sido evitadas.

Sete mil pessoas infectas por dia

A mesma responsável recordou que, «segundo a ONUSIDA, desde que começou a epidemia, em 1981, já morreram cerca de 25 milhões de pessoas e 7.000 são infectadas diariamente».

De acordo com os dados, 22,5 milhões de pessoas do Sul do continente africano são portadoras do vírus da Sida, o que significa que pelo menos uma em cada dez é seropositiva na África do Sul, Zimbabué, Lesoto, Malawi, Moçambique, Namíbia, Suazilândia e Zâmbia.

«Poderiam salvar-se milhões de vidas se os líderes religiosos e políticos adoptassem acções» para que se dê prioridade a esta enfermidade e destinadas a acabar com o estigma, referiu. O documento da Cruz Vermelha considera a Sida como «um desastre» pelas suas caóticas consequências e destaca que nos países mais afectados da África subsariana, onde as taxas de prevalência da doença atingem os 20 por cento, a esperança de vida da população está reduzida a metade e as conquistas em termos de desenvolvimento são reduzidas.

Além disso, acrescenta o relatório, os desastres naturais e os provocados pelo ser humano, como guerras e conflitos, interrompem os serviços básicos e agravam outros factores de propagação da epidemia. «Depois de uma catástrofe, como um terramoto, nada funciona e há poucas possibilidades de levar a cabo medidas de prevenção da Sida», evidenciou a perita.

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