Os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia aprovaram, nesta quinta-feira, um conjunto de sanções à Ucrânia, como a «proibição de vistos, o congelamento de bens e restrições à exportação de equipamento anti-motim», após uma reunião de emergência que decorreu em Bruxelas.
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«Vai-se atuar nas próximas horas sobre os vistos de entrada e ativos financeiros de todos os que estão machados pela violência», adiantou a ministra italiana Emma Bonino aos jornalistas, após o Conselho de Ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia que foi convocado de urgência por causa do agravamento da situação no país.
As sanções, que entrarão em vigor a qualquer momento, serão aplicadas aos «responsáveis por ordenarem ou orquestrarem a violência em Kiev», reiterou o ministro sueco Carl Bildt, através do Twitter.
A proposta para sanções à exportação de armas foi, no entanto, rejeitada pelos ministros.
Emma Bonino esclareceu, ainda, que os 28 países da UE tomaram a decisão em «coordenação» com os ministros dos Negócios Estrangeiros da França, Alemanha e Polónia que se deslocaram hoje a Kiev para contactos com o presidente Ianukovitch e membros da oposição.
O alemão Frank-Walter Steinmeier, o francês Laurent Fabius e o polaco Radoslaw Sikorski vão permanecer em Kiev a fim de prosseguirem as conversações com membros do Governo e da oposição durante a noite.
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«Vamos estender a visita a Kiev até amanhã [sexta-feira]. Espera-nos uma noite de negociações difíceis», antecipou o porta-voz do ministro polaco, através do Twitter.
Um cenário igualmente antecipado pelo líder da oposição na Ucrânia, Vitaly Klitschko, que espera que a presença dos três enviados da União Europeia possa contribuir para a resolução do conflito.
«Ainda não há uma decisão. Esperamos consegui-la esta noite», disse aos jornalistas, acrescentando que a última palavra pertence a Ianukovich.
Fontes diplomáticas disseram à Reuters que a resolução pode passar pela constituição de um governo provisório.
Após várias semanas de calma, Kiev voltou, desde terça-feira, a ser palco de violentos confrontos entre ativistas antigovernamentais e forças de segurança, que já provocaram mais de 100 mortos e 500 feridos só em dois dias, segundo disse à CNN o responsável pelos serviços médicos dos manifestantes.
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O Ministério do Interior ucraniano anunciou que distribuiu armas de guerra às forças de segurança e a polícia admitiu que está a usar balas reais nos confrontos com os manifestantes, que hoje fizeram prisioneiros 67 polícias.
A crise política na Ucrânia começou em finais de novembro quando milhares de pessoas saíram às ruas para protestar contra a decisão do Presidente, Viktor Ianukovich, de suspender os preparativos para a assinatura de um acordo de associação com a União Europeia e de reforçar as relações com a Rússia.
EUA pedem a Ianukovitch para retirar forças de Kiev
Os Estados Unidos instaram hoje o Presidente da Ucrânia a «retirar imediatamente» do centro de Kiev as forças de segurança, que segundo a oposição estão a usar fogo real contra manifestantes, e a «respeitar o direito ao protesto pacífico».
«Instamos o presidente [Viktor] Ianukovitch a retirar imediatamente as suas forças de segurança do centro da cidade de Kiev e a respeitar o direito de manifestação pacífica e apelamos aos manifestantes para que se exprimam pacificamente», afirmou o porta-voz do presidente Barack Obama, Jay Carney, num comunicado.
O porta-voz apelou também ao exército ucraniano para «não se envolver num conflito que pode e deve ser resolvido por meios políticos», insistindo que «o recurso à força não vai resolver a crise».
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