A Bial tem tentado «ao máximo passar ao lado da crise», mas a recente medida do Governo de descer o preço dos medicamentos tirou à farmacêutica portuguesa «um pouco do ar que respiramos». Miguel Portela, director de Recursos Humanos, sublinha que há muitos anos que a empresa não despede ninguém, mas essa hipótese pode ter de ser ponderada a médio prazo, o mesmo acontece com a verba destinada para a investigação, que também pode ter de ser reduzida.
Este responsável, que falava à margem das «conversas ao pequeno-almoço», organizadas pelo IPAM, considera «compreensível» a descida do preço dos medicamentos, mas lembra que é «preciso ter cuidado», principalmente tendo em conta empresas que tem projectos a longo prazo como a Bial.
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Para já a hipótese despedimentos não está em cima da mesa, mas, diz Miguel Portela, «temos de medir o impacto da descida de preços que em alguns casos é enorme, na ordem dos 30 por cento». Acresce que os custos de produção e distribuição são os mesmos.
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Apifarma: descida do preço dos medicamentos agrava situação
Recorde-se que, desde quarta-feira, 3.900 apresentações de medicamentos genéricos e de marca estão mais baratas. «A grande maioria», segundo o Ministério da Saúde, com uma redução de preço entre 33 e 52 por cento.
De acordo com dados da tutela, foram reduzidos os preços de 1.435 apresentações de medicamentos de marca, com um impacto no Preço de Venda ao Público (PVP) que poderá chegar aos 68 milhões de euros, tendo por referência as vendas de 2008.
Relativamente aos genéricos, foram reduzidos os preços de 16 substâncias activas, que correspondem a 2.465 apresentações. O objectivo desta medida é reforçar o acesso ao medicamento das populações com mais dificuldades.
Os preços aplicados em Portugal passaram a ser calculados com base na média dos valores praticados nos quatro países de referência (Espanha, Grécia, Itália e França), tendo passado a ser obrigatória a revisão anual dos preços com base nesta comparação.
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