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«Liberdade na Birmânia, Já!»

Milhares de pessoas na ruas de todo o mundo lutam contra regime militar

Milhares de pessoas participaram hoje em manifestações, por todo o mundo, contra o regime militar birmanês, num apelo da Amnistia Internacional (AI) e de numerosas organizações de defesa dos Direitos Humanos, noticia a Lusa.

Em Londres, 3.000 pessoas segundo a polícia e 10.000 numa contagem dos organizadores marcharam pelo centro da cidade, até Trafalgar Square, algumas delas precedidas por monges que recitavam mantras budistas, apelando à compaixão.

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Frente à residência do chefe do governo, no número 10 de Downing Street - cujo acesso estava vedado por barreiras -, os monges colocaram bandeiras cor de açafrão e foram gritadas palavras de ordem como «Birmânia Livre».

Em Westminster, próximo do parlamento, os monges deitaram pétalas no rio Tamisa em sinal de solidariedade para com as vítimas dos militares birmaneses. O balanço oficial birmanês aponta para 13 mortos e centenas de detidos que, na opinião de diplomatas ocidentais, poderão ascender a milhares.

O primeiro-ministro britânico declarou ser «dever de todos manter a pressão» sobre Rangum e frisou que «o mundo não se esquece do povo birmanês». «Não nos esquecemos da sua coragem e dignidade, quando saem à rua e enfrentam o regime brutal, as armas, bastões, detenções e mortes», realçou Gordon Brown em comunicado.

Irene Khan, secretária-geral da AI, justificou na capital britânica a «necessidade» destas acções, para dar «maior visibilidade à pressão sobre as autoridades birmanesas, que têm de acabar com a violência, dar garantias aos detidos e libertar os presos políticos». A mesma fonte classificou como «urgente» a situação naquele país asiático, com uma ditadura esquecida pelo mundo nas últimas duas décadas.

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Em Bruxelas, 400 pessoas, valões (francófonos) e flamengos, também responderam ao apelo da AI, num protesto em que foram exigidas garantias para os detidos e a liberdade para os presos políticos na Birmânia. Na Praça da Liberdade da capital belga, vários deputados foram vistos entre os manifestantes que usavam alguma peça de roupa cor de açafrão, pedindo «Liberdade na Birmânia, Já!».

Na Holanda, o alvo dos protestos foi a multinacional francesa Total, presente na Birmânia desde 1992, empregando quase três centenas de pessoas na exploração de uma jazida de gás natural em Yadana (sul), de onde retirou 17.400 milhões de metros cúbicos/dia, em números de 2006, para alimentar centrais eléctricas na vizinha Tailândia.

Os activistas holandeses do grupo «Totalmente Anti-social» apelaram para o boicote à multinacional francesa, depois de, na sexta-feira à noite, terem sabotado o abastecimento de combustível numa estação em Oosterbeek (centro). A Total foi instada a «abandonar imediatamente» aquele país asiático, sob risco de ver sabotado o seu meio milhar de postos de abastecimento na Holanda, como foi o caso da estação em Oosterbeek, que está fechada.

O próprio presidente francês, Nicolas Sarkozy, apelou recentemente às multinacionais do seu país para congelarem os investimentos na Birmânia, como retaliação à repressão da junta militar.

No Canadá e nos Estados Unidos houve igualmente manifestações, bem como na Austrália - onde um milhar de pessoas exigiu o «Fim do Banho de Sangue» em cartazes na cidade de Melbourne - e Nova Zelândia, sobretudo em Dunedin e Christchurch. Na Ásia, a capital tailandesa (Banguecoque) foi palco de uma concentração frente à embaixada birmanesa, durante a qual se mostraram fotos da opositora e Nobel da Paz (1991) Aung San Suu Kyi, detida pela junta militar há quatro anos. Finalmente, o eco dos protestos chegou à Índia (Nova Deli), à Malásia (Kuala Lumpur), onde os manifestantes, em silêncio, marcharam com velas, bem como à Coreia do Sul (Seul).

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