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Portugal é dos países que mais demora a pagar facturas

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Portugal continua a ser, a par do Chipre e da Grécia, o país da União Europeia que mais tempo demora a pagar facturas. Apesar de termos reduzido a duração destes pagamentos, a verdade é que ao todo demoramos em média 90 dias a fazê-lo, enquanto na Europa, a média é de apenas 55 dias.

Numa altura em que as incertezas dos mercados financeiros aumentam, em que a crise no mercado de crédito hipotecário e o aumento do preço do petróleo teimam em persistir, torna-se cada vez mais difícil receber os valores em dívida. Até porque, o risco de pagamento em Portugal aumentou comparativamente ao ano passado.

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E se os países do Sul da Europa lideram os pagadores mais faltosos, a verdade é que os países escandinavos mostram ser os melhores pagadores, revela o estudo European Payment Index 2008, apresentado pela Intrum Justitia, onde são identificados os riscos de pagamento das empresas europeias.

Embora o prazo médio de pagamentos tenha baixado, em Portugal, (ainda que seja elevado), o valor dos incobráveis aumentou de 2,5% para 2,7%, sobre o valor das vendas.

Europa está a reduzir tempo

Também na Europa, o número médio de dias para o pagamento de facturas baixou de 58,6 em 2007 para 55,5 dias, em 2008. No entanto, a percentagem de facturas dadas como incobráveis atingiu o nível mais alto (2% em comparação com 1,9%), em 2007. Já os níveis de incobráveis mais baixos foram registados na Finlândia com 0,6%, diz o mesmo inquérito efectuado entre Janeiro e Março deste ano.

Segundo o Director-geral da Intrum Justitia Ibérica, Luís Salvaterra, «a economia portuguesa continua lenta, estando a crescer à taxa mais baixa de toda a Europa. Apesar de um contínuo, embora ligeiro, sentido em 2005 (0,5%) para 2007 (1,9%), a queda a nível global pôs fim a este aumento e estima-se que a economia irá sofrer uma quebra durante 2008 (1,7%)».

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O mesmo estudo diz ainda que ao todo mais de 65% das empresas inquiridas esperam perdas de rendimentos, devido a atrasos de pagamentos ou incobráveis e 71% receiam pela liquidez das suas empresas.

Essencialmente, 54% consideram que os riscos dos atrasos nos pagamentos dos clientes irão manter-se, enquanto 41% pensam que irão aumentar e 24% dos inquiridos dizem que irão necessitar de reforçar o número de colaboradores na área financeira nos próximos 12 meses.

Por isso, para o mesmo responsável, é essencial que os montantes a pagamento possam ser monitorizados «cuidadosamente» e que se tomem «medidas rápidas e eficazes» a nível empresarial, que passam por algumas recomendações, como a implementação de uma política de crédito transparente e por uma utilização de limites de crédito para analisar o desenvolvimento dos pagamentos recebidos do cliente.

Essencial na opinião de Luís Salvaterra é, também, «a verificação constante do endereço para o qual se deve enviar a factura e a criação de condições de pagamento contratuais flexíveis», disse na apresentação do estudo que decorreu esta quarta-feira, em Lisboa.

Recorde-se que só o ano passado, a comunidade empresarial europeia teve um custo adicional de 25 milhões de euros, devido aos atrasos de pagamento. Trata-se de um valor idêntico ao PIB da Bélgica.

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