O bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho Pinto, afirmou esta terça-feira que teve uma «conversa muito franca, aberta e cordial» com o Presidente da República que está «muito atento» às causas e consequências dos problemas da Justiça, noticia a Agência Lusa.
As declarações do Bastonário foram feita à saída de uma audiência de uma hora com o Presidente da República, no Palácio de Belém, após a qual disse que Cavaco Silva está «muito atento e bem informado» sobre o que se passa no sistema judicial, nomeadamente sobre o funcionamento dos tribunais.
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«Os problemas da justiça são do conhecimento do Presidente da República», disse, acrescentando que isso «é um sinal muito tranquilizador, que deve traduzir-se em esperança e confiança» por parte de todos.
Marinho Pinto recusou-se a responder aos jornalistas sobre se tinha falado concretamente das denúncias de corrupção que tem proferido nas últimas semanas.
«O Presidente está tranquilo e tem uma visão muito objectiva e serena sobre o funcionamento do sistema judicial», disse.
«Há instituições do Estado de Direito que porventura não funcionam como deviam funcionar», afirmou, sublinhando que «devemos contribuir para o seu funcionamento».
«É preciso mudar paradigmas de funcionamento dos tribunais», disse, acrescentando ser necessário fazer as reformas que se deviam ter feito com as mudanças que o século 20 trouxe e que se deve «adaptar a justiça ao Estado de Direito».
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«Os problemas do funcionamento das instituições de administração da justiça não são problemas sem solução», afirmou.
O bastonário dos Advogados recordou que a administração da justiça assenta em três pilares, os juízes, o Ministério Público e os advogados, mas referiu que «ainda há em Portugal quem se julgue dono da Justiça».
Sobre se não fragilizou ainda mais a justiça com as suas denúncias, disse ser necessário «fazer os diagnósticos das doenças para se encontrarem as curas, mais do que encontrar culpados».
Marinho Pinto disse que «não é à Ordem dos Advogados que compete encontrar as soluções sozinha» e que deve existir «boa fé e empenhamento de todos».
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