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25 Abril: Otelo «exagerou», diz Carlos Brito

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Mas compreende a «frustração» de não se ter cumprido a meta do desenvolvimento

O antigo militante e dirigente do PCP Carlos Brito considerou esta sexta-feira que Otelo Saraiva de Carvalho «exagerou» ao dizer que actualmente não faria o 25 de Abril, mas disse compreender a «frustração» de não se ter cumprido a meta do desenvolvimento.

«Acho que é um exagero do nosso amigo Otelo. Primeiro que tudo ele foi um protagonista importantíssimo do 25 de Abril, mas não foi o único, porque foi um movimento de militares, de oficiais, mas de centenas de oficiais do quadro permanente», afirmou Carlos Brito à Lusa, em Vila Real de Santo António, à margem da participação numa tertúlia sobre a revolução de 1974 organizada pelo Jornal do Baixo Guadiana.

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O antigo dirigente comunista, que esteve preso durante a ditadura e estava na clandestinidade quando foi a revolução, disse ainda que a visão manifestada por Otelo «não tem que ver com tudo aquilo que representou o 25 de Abril, que trouxe um dos períodos mais felizes da história dos portugueses ao longo dos séculos».

«Foi um período extraordinário onde se conseguiram conquistas importantíssimas, e estou a pensar desde a saúde até ao saneamento básico, passando pelo nível de vida. A vida dos portugueses mudou completamente», defendeu Brito, que deixou o PCP e integra a Renovação Comunista.

Carlos Brito frisou, no entanto, que depois o país «não soube sustentar a situação» e disse compreender Otelo por a situação nacional «não estar de maneira nenhuma no sentido de não provocar desgosto e profunda insatisfação» a todos aqueles que, como ele, «lutaram contra a ditadura, abrindo caminho a um regime que trouxesse desenvolvimento ao país».

«Dos três Dês que o 25 de Abril fixava como objectivos, a Descolonização, a Democratização e o Desenvolvimento, podemos dizer que a Democratização foi conquistada, a Descolonização foi conseguida e o Desenvolvimento é uma das nossas pechas, e já vem de há séculos atrás», acrescentou.

Brito considerou que «mais uma vez não se esteve à altura nem dos desafios nem das possibilidades que se criaram com o 25 de Abril e tudo aquilo que se fez depois», sublinhando que «é esse um sentimento também de frustração que não podem deixar de ter todos aqueles que trabalharam e lutaram, nas mais difíceis condições, para proporcionar que o país encontrasse o caminho do Desenvolvimento».

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