O presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória defendeu esta quinta-feira como «positiva» uma eventual utilização da base das Lajes como apoio a um campo de treino para aviões militares norte-americanos a Norte dos Açores.
Em declarações à agência Lusa, Roberto Monteiro sustentou que a base das Lajes, localizada no concelho da Praia da Vitória, precisa de «reassumir a sua importância no contexto da redefinição estratégica norte-americana», se esta for a forma «de manter um contingente militar significativo e os postos de trabalho dos portugueses».
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O ministro da Defesa Nacional, Nuno Severiano Teixeira, negou a existência de negociações entre o Governo português e os EUA para a criação de um campo de treino para aviões militares norte-americanos a Norte dos Açores.
«Como o chefe do Estado-maior da Força Aérea já disse, essas seriam conversações que se teriam que ter não no plano técnico mas no plano político. E no plano político, eu perguntei ao meu colega dos Negócios Estrangeiros e aquilo que posso dizer é que não decorre no quadro do Governo português nenhuma negociação», afirmou.
Ao abrigo deste acordo, Portugal cede facilidades militares às forças norte-americanas, que têm estacionado um destacamento seu na base portuguesa das Lajes, localizada na ilha Terceira.
Lajes: EUA estão mesmo interessados
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«Actualmente as pequenas e médias empresas do concelho conseguem contratos com o comando norte-americano que devem rondar os 12,5 milhões de euros, mas há cinco anos atrás esse valor foi o dobro», salientou o autarca da Praia da Vitória.
Roberto Monteiro sublinhou ainda que «quanto maior for a importância da Base das Lajes, maior é o número de serviços que são contratados localmente».
«A construção civil, as redes eléctricas, os serviços de jardinagem, oficinas mecânicas, material de escritório, entre outras actividades só têm a ganhar com a presença americana», acrescentou à Lusa.
Para além disso, segundo Roberto Monteiro, «um crescimento da importância da base no contexto geoestratégico norte-americano, não só garante os actuais cerca de 900 postos de trabalho portugueses, como pode fazer crescer a necessidade de mais trabalhadores».
Sobre os eventuais perigos que possam advir desta possibilidade de criação de uma área de treino de aviões, o autarca admitiu «apenas um aumento da poluição sonora».
«Outros perigos não são equacionáveis, uma vez que a área para os treinos localiza-se muito para lá do perímetro da ilha Terceira e seus arredores», sublinhou.
Roberto Monteiro admitiu que o anterior comandante do destacamento norte-americano o abordou para lhe falar na possibilidade de a base apoiar os treinos, mas «desde que há novo comando, nunca mais me falaram em nada».
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