O líder parlamentar do PSD, Santana Lopes, começou por interpelar o primeiro-ministro sobre o tema da justiça, instando-o a comentar o que considera ser a «fragilização objectiva» de alguns sectores. Em resposta, José Sócrates acusou os sociais-democratas de não respeitarem o pacto que haviam estabelecido com o PS para a reforma deste sector.
Depois de solicitado a comentar também a recusa de Almeida Pereira em assumir o cargo de director da Polícia Judiciária (PJ) do Porto, José Sócrates disse apenas ter «confiança na direcção da PJ que saberá encontrar uma nova solução».
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E passou ao ataque, acusando o PSD de ter rasgado um pacto com o PS sobre a justiça «que visava dar uma sinal claro à sociedade que o sistema judicial ficaria melhor».
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José Sócrates recordou que neste pacto «estava incluída reforma do mapa judiciário». «O PSD pediu dois meses para o estudar e antes do dia 20 de Fevereiro veio dizer que, afinal de contas, porque tinha reunido com os autarcas, não podia aprovar o mapa judiciário», afirmou, citando depois o social-democrata Rui Rio: «Quem tem medo de contestações nunca poderá fazer uma reforma».
Acusando o PSD de ter medo da contestação, o primeiro-ministro referiu: «Não lidero seguindo os outros».
Santana Lopes justificou a quebra do pacto do seu partido com os socialistas defendendo que esta é uma realidade que tem a ver com «história das democracias».
«Nós não sacrificamos é os nossos princípios e valores à arrogância e à imposição de vontades da parte de outros com quem celebramos acordos», disse Santana Lopes.
E deu um exemplo: «Chamavam populista a Cavaco Silva quando ele rompeu o acordo do Bloco Central e fez cair o Governo e passado pouco tempo ganhava as eleições».
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