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«É indispensável censurar o Governo»

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Bernardino Soares entregou moção de censura a Jaime Gama

O líder parlamentar do PCP considera «indispensável» a apresentação de uma moção de censura ao Governo, considerando que esta iniciativa terá «efeitos práticos», mesmo que seja chumbada no Parlamento na próxima sexta-feira.

Bernardino Soares falava aos jornalistas no final de um encontro de cerca de 20 minutos com o presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, para entregar a moção de censura ao Governo, com discussão marcada para esta sexta-feira.

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Questionado sobre as críticas do Executivo e do PS à iniciativa do PCP, Bernardino Soares afirmou que «esta moção tem sido por uns classificada como inútil porque pode não ser aprovada, e por outros como irresponsável porque pode ser aprovada».

Para o PCP, a apresentação da moção de censura é «a resposta indispensável a um conjunto de medidas anunciadas pelo Governo e pelo PSD», referindo-se ao pacote de medidas de austeridade anunciadas na semana passada.

Políticas que, segundo os comunistas, constituem «um roubo» dos salários e das reformas e que «vão penalizar ainda mais as prestações sociais, cortam no investimento e vão deixar o país ainda mais vulnerável e ainda mais em crise».

« O PCP entende que é indispensável censurar o Governo e transformar o que é uma censura crescente no povo português numa censura institucional, política, que visa criticar estas medidas e exigir uma mudança de política», sublinhou, acrescentando: «Mal seria que não houvesse na Assembleia da República a expressão desse descontentamento.»

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Sobre o impacto desta iniciativa, que conta com a oposição do PS e do PSD - que rejeitam a crise política que a aprovação da moção de censura desencadearia, ao provocar a queda do Governo - Bernardino Soares garante que «vai ter efeito prático independentemente do resultado da sua votação».

A moção de censura «vai expressar na Assembleia da República esta exigência de uma política alternativa e de esquerda, que está patente na forma como as pessoas estão a reagir às medidas anunciadas», disse o presidente da bancada comunista, lembrando que os protestos vão passar também pela manifestação convocada pela CGTP para o dia 29 de Maio, e por «muitas outras acções de trabalhadores e da população».

«O tango já está em curso...»

Bernardino Soares disse não compreender a posição dos socialistas, lembrando que «o PS já apresentou moções perante maiorias absolutas da direita».

A iniciativa do PCP condena também a posição do PSD, que tem alcançado acordos com o Governo. «Como parece que são dois necessários para dançar o tango e o tango já está em curso, entendemos que sendo a moção de censura ao Governo, o seu conteúdo político também atinge o PSD e no fundo a política de direita», afirmou o deputado do PCP.

Num documento com duas páginas e meia, o grupo parlamentar comunista condena as principais medidas de austeridade e previstas no Programa de Estabilidade e Crescimento, como o aumento do IVA, as privatizações, a redução do subsídio de desemprego e a taxa extraordinária de um por cento para salários até 2375 euros por mês, ou de 1,5 por cento para quem receba acima desse valor.

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