Desde que a Plataforma Cidadania e Casamento entregou a petição para a realização de um referendo sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo, a Assembleia da República mobilizou-se para, em apenas quatro dias, se poder discutir e votar essa proposta.
Ribeiro e Castro, deputado do CDS-PP e que foi sempre o mais activo no requerimento deste escrutínio popular, afirmou que é necessário «certificar-se que a sociedade quer mesmo o que Estado designa».
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«As mais de 92 mil assinaturas foram um sinal de forte vontade do plano social. Dizem-nos: legislem, mas queremos ser ouvidos sobre o que é nosso, o que nos pertence, o que somos», disse, durante o debate parlamentar.
No entanto, e a poucos minutos da proposta ser rejeitada, a direita já adivinhava o desfecho que consideram negativo.
«Quero sublinhar que o Governo decidiu desprezar mais de 90 mil cidadãos. Com esta atitude, retiram aos cidadãos o poder de decidir e de participar. Têm medo da voz do povo nesta matéria. Têm medo de ver fugir no referendo os votos que teve nas eleições legislativas», disse o deputado do PSD Paulo Mota Pinto.
Já o deputado Marques Guedes, também do PSD, questionou: «Que confiança podem amanhã ter os cidadãos neste seu direito constitucional [de realizar uma petição para referendo] se esta Assembleia, sem nenhum fundamento, decidir rasgar esse direito e mandá-lo às urtigas?»
O social-democrata dirigiu-se à bancada do PS, referindo que «numa coisa mostram coerência». «Se receiam a opinião dos vossos deputados, como poderiam não recear a livre expressão dos portugueses?», perguntou, referindo-se à disciplina de voto imposta por José Sócrates.
No entanto, os socialistas desvalorizaram os pedidos de referendo e o líder parlamentar Francisco Assis acusou mesmo a direita de querer «instrumentalizar o referendo para uma espécie de segunda volta das legislativas».
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