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Esquerda pede adopção, direita quer referendo

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Bloco e os Verdes consideram que o Governo mantém uma discriminação. PP não desiste do referendo

O Bloco de Esquerda voltou a pedir, esta sexta-feira, no Parlamento, que se inclua a possibilidade de adopção na nova lei.

O bloquista José Soeiro defendeu que, ao excluir a adopção, o Governo mantém uma discriminação. «Não se pode ficar a meio caminho nestas questões. O primeiro-ministro escolheu introduzir uma discriminação na lei. O Governo não esteve à altura deste momento», considerou.

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Opinião semelhante tem Heloísa Apolónia, dos Verdes. «O primeiro-ministro não quer resolver a discriminação em relação à adopção. Esta questão é para resolver quando ou não é para resolver?», questionou.

José Sócrates defendeu a sua opção: «No casamento trata-se da liberdade individual. Na adopção é diferente, há o interesse de terceiros. O mandato do PS é com o casamento, não com a adopção.»

O líder parlamentar do BE, José Manuel Pureza, contra-atacou: «Tem mandato para introduzir uma discriminação contra os casais gay no direito de se candidatarem à adopção?»

O «ping pong» continuou, com o primeiro-ministro a criticar o BE por «não lhe interessar o casamento». «Se a proposta vem do Governo, o BE tem de ser contra por alguma razão. Esta é uma prova do sectarismo do BE», disse e, quando interrompido pelos gritos de Francisco Louçã, Sócrates pediu: «Senhor deputado, não se afogue, nem se excite...»

Mais tarde, o líder bloquista usou da palavra para felicitar Sócrates «pela sua presença, apesar das suas caretas». «A prova do seu sectarismo é dirigir-se a uma bancada [BE] cujos votos são essenciais para a aprovação da sua lei e esse voto favorável é tratado pelo primeiro-ministro como um voto contrário ao Governo», disse Louçã.

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«O BE recusa valorizar a convergência da maioria sobre o casamento e insiste em querer transformar este debate num debate que não está na nossa agenda [sobre adopção]», respondeu o ministro Pedro Silva Pereira.

Comunistas muito apagados do debate

Já o PCP, bastante calado durante o debate, declarou que os comunistas vão abster-se na votação dos projectos do Bloco de Esquerda e dos Verdes, uma vez que «tal como na anterior legislatura» o PCP «continua a considerar que esta é um matéria mais complexa cujo debate é necessário prosseguir», disse o deputado João Oliveira.

Direita insiste no referendo

Se Bloco e Verdes insistem na questão da adopção, os partidos da direita voltaram a insistir na questão do referendo. Telmo Correia, do CDS-PP, lembra o «facto novo», que é a petição entregue no Parlamento. «O primeiro-ministro e o Governo têm legitimidade sobre o casamento gay. Estava no seu programa. Mas há um facto novo, que são as 93 mil assinaturas na petição de referendo», lembrou.

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«O primeiro-ministro só quer um referendo quando lhe convém. Parece ter receio de ouvir os portugueses sobre esta matéria. E por alguma razão veda a adopção. Alguma dúvida ou insegurança o PS terá tido», acusou.

Já o deputado João Almeida, também do CDS-PP, «encarnou» a geração mais jovem para destacar que «apenas 4 países da UE optaram pela opção do primeiro-ministro». «Por que é que a sua modernidade é a menos consensual, a mais exclusiva?», criticou.

PSD critica presença de Sócrates na AR

Paulo Mota Pinto, do PSD, criticou o facto de José Sócrates se ter deslocado, esta sexta-feira, à Assembleia da República, para discutir o casamento homossexual.

«O primeiro-ministro não encontrou tempo para vir apresentar o Orçamento de Estado, mas encontrou tempo para a lei do casamento gay. Não acha que o país precisa de um Governo que dê prioridade às medidas para salvar a Economia?», questionou.

Já o líder da bancada socialista, Francisco Assis, disfarçou o incómodo com a imposição da disciplina de voto no PS, com grandes elogios ao «líder» José Sócrates. «Esta vitória é um enorme mérito do PS, mas também um enorme mérito do seu secretário-geral», elogiou.

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