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Mugabe recebido como um herói no Zimbabué

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Uma recepção heróica está a ser preparada para o presidente do Zimbabué, Robert Mugabe, com a imprensa oficial a descrever a sua visita a Portugal para a cimeira UE/África como um triunfo, apesar das críticas relativas aos direitos humanos, noticia a Lusa.

Mugabe, o único líder do Zimbabué desde a independência da Grã-Bretanha, em 1980, é um «ícone indisputável do nacionalismo africano» que assumiu o palco central da cimeira e fez com que «alguns dos chefes de Estado e de governo europeus e os seus detractores, incluindo Angela Merkel, parecessem anões», disse o Ministro da Informação Sikhanyiso Ndlovu, porta-voz do governo, citado hoje pela imprensa estatal.

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A imprensa oficial do Zimbabué relatou que Mugabe «roubou o palco» em Lisboa. Hoje, inúmeros autocarros com apoiantes foram vistos a ser conduzidos para o aeroporto de Harare, evidentemente para o acolherem efusivamente.

A Chanceler alemã, Angela Merkel, disse na abertura da cimeira, no sábado, que a UE estava «unida» na condenação de Mugabe pelo mau desempenho económico do seu governo e incapacidade para combater a corrupção e desprezo pela democracia.

Jornal chama «remanescente nazi» a Merkel

Essa observação levou o diário governamental zimbabueano Herald a chamar-lhe «remanescente nazi» e a citar Ndlovu que a acusou de «racismo de primeira categoria».

Ndlovu também teceu comentários raciais sobre a Baronesa Valerie Amos, que representou Londres em Portugal, depois do Primeiro-Ministro Gordon Brown se ter recusado a participar devido à presença de Mugabe.

«Se ela [Amos] tivesse alma, perceberia que está a ser usada pelo seu amo contra o seu próprio povo», disse Ndlovu.

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Na cimeira, Amos, que é negra, «enalteceu a importância da reunião e exibiu estatísticas chocantes, como a esperança média de vida para as mulheres no Zimbabué, que é de 34 anos», disse um porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros britânico sob anonimato.

«O bando dos quatro»

Segundo a imprensa local, no seu discurso na cimeira, Mugabe descreveu a Alemanha, Dinamarca, Suécia e Holanda como «o bando dos quatro» que alinhou com o Reino Unido nos ataques contra si.

Mugabe disse que a Itália, Espanha, França, Grécia, Bélgica, Áustria, Roménia e a Finlândia não mencionaram o Zimbabué na cimeira e que isso «confirma que os nórdicos são extremistas enquanto que os do Sul da Europa tem uma visão diferente do Zimbabué», informou o Herald.

Mugabe acusou os seus críticos na UE de «arrogância» e disse que eles estavam mal informados sobre a situação no Zimbabué.

«A ficção de que falam ou é resultado da propaganda britânica ou talvez um sentido mal direccionado de solidariedade racial com os fazendeiros brancos do meu país», disse Mugabe, na sessão de encerramento da cimeira, segundo o Herald.

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