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«Não foi por causa das intervenções de Sócrates que o Jornal de Sexta acabou»

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Bernardo Bairrão garante que a administração apenas quis cumprir o estatuto editorial

Bernardo Bairrão garantiu na comissão de inquérito que não foi por causa das críticas do primeiro-ministro ao Jornal Nacional de Sexta que este acabou.

«Todas as opiniões, quer sejam do primeiro-ministro ou anónimas, são tidas em conta na administração na avaliação que faz do seu trabalho. Mas não foi por causa das intervenções do primeiro-ministro que o Jornal de Sexta acabou. Não era por causa daquelas afirmações que o Jornal de Sexta tinha de acabar», afirmou.

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O administrador da Media Capital explicou que a administração, «por força das posições da ERC, do Sindicato dos Jornalistas e de outras posições», entendeu «garantir que a TVI não estava a incumprir o que estava previsto no estatuto editorial», através da suspensão do jornal apresentado por Manuela Moura Guedes.

Bairrão frisou que a administração «não se revia» nas críticas «ao conteúdo» do Jornal de Sexta, porque eram «uma injustiça para com os profissionais» que o realizavam.

«Tomámos uma decisão diferente do que aparentemente algumas pessoas queriam: mudámos o formato e não o conteúdo», referiu.

Questionado pelo deputado do PCP João Oliveira acerca do timing da suspensão do jornal - no início de Setembro, antes da campanha para as eleições legislativas -, o administrador da TVI justificou que a administração não queria «transformar» aquele bloco noticioso «num instrumento de campanha eleitoral».

Bernardo Bairrão admitia que este jornal «fosse interpretado como um jogo político», pelo que a sua suspensão evitava «aproveitamentos políticos» e servia para «defender a imagem da empresa», nomeadamente das «críticas injustas por parte do primeiro-ministro».

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O administrador acrescentou que as preocupações da administração foram «transmitidas» ao director-geral da TVI da altura, José Eduardo Moniz, «ao longo dos meses que antecederam o fim do Jornal de Sexta». «Não lhe foi pedida nenhuma medida prática, apenas foi reafirmada a necessidade de respeito pelo rigor e independência», disse.

Bairrão contou que o Jornal de Sexta foi «avaliado» entre Junho e Setembro, quando foram «estudadas alternativas», entre elas a manutenção do jornal mas com a substituição de Manuela Moura Guedes e a suspensão apenas durante o período eleitoral.

«A uniformização do jornal em relação ao resto da semana pareceu ser a forma que mais claramente dava cumprimento ao que vinha sendo alvo de críticas», reforçou.

À deputada do PSD Francisca Almeida, o administrador da Media Capital confirmou que a suspensão foi comunicada ao director de informação, João Maia Abreu, que não foi ouvido durante o processo, decisão que admite que «estava no limite da legalidade».

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Segundo o administrador, as alterações ao formato do Jornal de Sexta «vinham a ser faladas há cinco anos», explicando que a suspensão se fez apenas após a saída de José Eduardo Moniz porque «não se justificava alterar o director-geral para alterar o formato de um jornal», pois Moniz «era uma enorme mais-valia para a estação».

«A Media Capital nunca negociou a saída de Moniz sem que ele se mantivesse ligado à estação», afirmou, acrescentando que a ideia foi manter o ex-director-geral «como consultor, não tão interveniente na gestão corrente do canal».

Referindo o «mal-estar» entre a Media Capital e Moniz «desde que se falou da sua ida para o Benfica», Bernardo Bairrão sublinhou que tentou «por todos os meios» que José Eduardo Moniz ficasse «ligado» à empresa.

«No limite, foi ele que optou por sair, por iniciativa própria, até porque estaria já com um acordo com a Ongoing», concluiu.

ACTUALIZADA ÀS 16h27

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