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Oposição unida contra a ministra

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Partidos exigem a suspensão da avaliação dos professores e acusam Maria de Lurdes de Rodrigues de travar «guerra com os docentes». Oposição perguntou, mas ministra evitou responder Ânimos exaltaram-se e Alegre teve de intervir

[Última actualização às 18h41]

A oposição uniu-se esta terça-feira nas críticas ao modelo de avaliação de desempenho dos professores aprovado pelo Governo, acusando a ministra da Educação de incompetência e aliando-se aos sindicatos do sector na exigência da suspensão do processo, noticia a Lusa.

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Num debate aceso no Parlamento, solicitado pelo PCP, as bancadas da oposição foram unânimes a acusar a equipa de Maria de Lurdes Rodrigues de travar «uma guerra com os professores», desvalorizando junto da opinião pública o seu papel, com «contínuas ofensas» à classe.

Ministra em guerra com os professores

«Durante três anos, o Governo escolheu uma guerra contra os professores, em vez de uma guerra contra o insucesso. É a mais grave crise de confiança que este Governo já viveu e a ministra não diz nada. É pura irresponsabilidade», acusou Ana Drago, do Bloco de Esquerda.

Também o social-democrata Emídio Guerreiro criticou os «três anos de permanentes ataques aos professores e contínua desestabilização da escola», considerando que o modelo de avaliação de desempenho aprovado pelo Executivo socialista «falhou no modo, no tempo e na substância».

«Falhou no modo porque não ouviu, nem mobilizou os professores; falhou no tempo porque não é a meio de um ano lectivo que se impõe um processo destes e falhou na substância porque introduz soluções intoleráveis como a valorização das notas dos alunos», afirmou o deputado do PSD.

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«Não é vergonha assumir o erro e recuar»

A valorização dos resultados escolares dos estudantes na avaliação dos docentes foi um dos aspectos mais contestados pelas bancadas da oposição, com o CDS-PP a acusar a ministra Maria de Lurdes Rodrigues de ser «intransigente na avaliação dos professores, mas transigir na avaliação dos alunos».

«Não é vergonha nenhuma assumir o erro e recuar. Vergonha é o Governo manter-se isolado na defesa deste processo de avaliação. Aceite de uma vez por todas a sua suspensão», reivindicou, por seu turno, Miguel Tiago, do PCP, resumindo uma exigência comum a toda a oposição.

Alegre teve de pedir serenidade aos deputados

Na resposta, a ministra Maria de Lurdes Rodrigues reiterou os princípios defendidos pelo Governo neste processo, nomeadamente a avaliação por objectivos e por pares, com reforço da autonomia das escolas, devolvendo as acusações à oposição.

«Bem sei que o PCP não gostaria que houvesse nenhum modelo de avaliação, bem sei que o PSD gostaria de um modelo meramente teórico que permitiria nada fazer e que o CDS tem muitas dúvidas que resultam apenas do seu desconhecimento», acusou a ministra, numa intervenção muito contestada, que obrigou mesmo o vice-presidente da AR, Manuel Alegre, a apelar «à serenidade dos deputados».

JF

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