A candidata do PS à Câmara do Porto, Elisa Ferreira, afirmou esta quinta-feira que o facto de ser eurodeputada é uma vantagem na corrida eleitoral, porque mostra que está disposta a perder a «gamela» de Bruxelas. «É uma grande vantagem ter alguém que não vem para a câmara porque quer protagonismo ou porque quer uma gamela. Eu perco uma gamela para vir para o Porto por amor à cidade», referiu Elisa Ferreira, em declarações aos jornalistas.
A candidata falava durante a visita ao Mercado do Bom Sucesso onde Ilda Silva, uma florista que não vota no Porto e admitiu ser do PSD, disse a Elisa Ferreira que, se queria vir para a autarquia «não se devia ter candidatado às europeias».
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Apesar do «confronto», Elisa Ferreira ainda teve direito a uma rosa e, em declarações aos jornalistas, considerou que o facto de ser eurodeputada não a vai penalizar nas eleições.
«Acho que não, é uma grande vantagem, por isso é que fui tão atacada. Tenho quatro anos e meio de um trabalho reconhecidamente bem pago, relativamente fácil e menos violento do que ser presidente da Câmara. Estou interessadíssima em deixá-lo porque para mim é uma honra enorme poder servir a minha cidade», frisou.
A promessa que ficou por fazer
No mercado, Elisa Ferreira distribuiu lápis e cumprimentos e ouviu algumas queixas dos comerciantes relativamente à degradação do espaço.
A candidata não pôde, no entanto, deixar a promessa de fazer o que pretende, porque a actual maioria camarária tem um contrato assinado com uma empresa para a reabilitação do mercado.
«Não faço promessas no ar, porque não quero cometer o erro de Rui Rio no Parque da Cidade, que nos arrastou para um processo ao fim de oito anos que é uma bomba. Não posso ignorar que houve um acordo com uma empresa que ganhou um concurso ¿ há um direito que essa empresa tem. Terei de negociar com essa empresa», adiantou.
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Ver a «margem de manobra» negocial com a empresa, com vista a «manter as pessoas, remodelar as lojas, reorganizar os espaços e encontrar elementos complementares para o dinamizar» é o objectivo de Elisa Ferreira para o Bom Sucesso se for eleita presidente da autarquia.
«Só quando chegar à Câmara é que posso ver até que ponto é que isto pode ser feito. É preciso olhar para o contrato, falar com a empresa e tentar uma via de renegociação», esclareceu.
O objectivo de Elisa Ferreira, se não houvesse condicionantes, era «fazer um mercado de frescos modernizado». «Depois, poderíamos pensar em elementos complementares que poderiam passar por pequenos restaurantes e até bares que abrem em horários diferentes do mercado, bem como lojas de produtos biológicos», acrescentou.
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