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«Não deve ser o SNS a pagar a factura dos caprichos de Portas»

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João Semedo acusa Passos Coelho de estar a satisfazer um «capricho» do líder do CDS ao entregar hospitais públicos às misericórdias

O deputado do Bloco de Esquerda João Semedo acusou o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, de estar a satisfazer um «capricho» e uma «velha reclamação» de Paulo Portas ao entregar hospitais públicos às misericórdias.

«Não deve ser o Serviço Nacional de Saúde (SNS) a pagar a factura de satisfação de Paulo Portas por intermédio da entrega, às misericórdias, dos hospitais do SNS. Esta é uma velha reclamação de Paulo Portas e Pedro Passos Coelho satisfaz agora esse capricho e essa pretensão de Paulo Portas. Nós achamos que não deve ser o SNS a pagar as facturas dos caprichos de Paulo Portas», declarou João Semedo em conferência de imprensa sobre o relatório produzido pelo grupo de trabalho sobre a reforma hospitalar.

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O deputado do BE deixou ainda duras críticas ao coordenador do grupo técnico para esta reforma, José Mendes Ribeiro, que «foi quem, na altura do Governo de Durão Barroso e de Pedro Santana Lopes, transformou os hospitais públicos em hospitais sociedades anónimas».

«É também ele que tem no seu currículo um péssimo desempenho enquanto principal responsável do Grupo Português de Saúde, grupo do universo SLN BPN, em que a gestão de Mendes Ribeiro se traduziu no descalabro desse grupo», condenou.

João Semedo, que defendeu que este relatório é já proposta do Governo a partir do momento em que o ministro da Saúde assistiu e tomou palavra na sua apresentação, evidenciou que o documento «é de favorecimento claro às parcerias público-privadas» (PPP) porque o único hospital que se propõe construir é o novo de Lisboa, em regime de PPP, salientando ainda que a redefinição da rede hospitalar de Lisboa é feita «em função dos interesses do novo hospital de Loures», uma PPP entre o Estado e o grupo BES Saúde.

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«Pedro Passos Coelho fez toda a sua campanha eleitoral anunciando a revisão e o fim das parcerias público-privadas», disse, recordando que o actual primeiro-ministro lhes chamava «os esqueletos no armário que conduziram o país à situação» actual.

Segundo o bloquista, este relatório tem como objectivo «justificar os cortes no SNS, escondendo que estes irão afectar significativamente a produção assistencial».

«O estudo só tem uma vantagem: desmentir a afirmação insensata do ministro da Saúde de que há mais de mil médicos a mais nos hospitais públicos no SNS», defendeu.

Sobre a entrega às misericórdias dos hospitais públicos Semedo é peremptório: «O que é o público deve ser gerido pelo público; o que é privado deve ser gerido pelo privado e o que é social deve ser gerido pelo social».

Considerando o relatório «omisso» em questões em que não o deveria ser, o deputado do BE salientou que este «não retira uma única conclusão daquilo que ele próprio regista: desde que há hospitais empresa nunca mais os gastos, a despesa e o desperdício deixaram de aumentar nos hospitais públicos».

«Reafirmamos também o desafio público que fizemos ao ministro Paulo Macedo, por ocasião do debate do Orçamento do Estado, para que o Governo abra um período de discussão pública que permita ouvir não só a população mas também os profissionais do SNS», enfatizou.

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