O ainda embaixador português na UNESCO Manuel Maria Carrilho afirmou esta sexta-feira que, desde 2004, quando José Sócrates assumiu a liderança do PS, que no partido «não há nenhum debate sobre coisa nenhuma».
Na apresentação do seu livro «E agora? Por uma Nova República, em Lisboa, o antigo ministro da Cultura defendeu que é preciso «credibilizar os partidos», o que só se faz se eles forem «laboratórios de ideias» e «antena da sociedade», considerando que tal não acontece no PS.
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«No meu partido [PS] não há nenhum debate sobre coisa nenhuma, desde a actual liderança», acusou.
Na conferência de apresentação do livro, Carrilho diz que este é o momento de fazer «um inventário dos últimos anos», tecendo críticas também «ao deslumbramento do betão e agora da tecnologia».
O Ministério dos Negócios Estrangeiros anunciou no final de Setembro uma rotação diplomática que incluía a substituição de Manuel Maria Carrilho na organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura pelo embaixador Luís de Castro Mendes.
Carrilho considerou-se «demitido» e afirmou ter sabido da sua saída pela imprensa, versão contrariada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, segundo o qual a decisão foi tomada em Abril e comunicada ao ex-ministro da Cultura.
Na altura, Manuel Maria Carrilho responsabilizou o primeiro-ministro, José Sócrates, pelo seu afastamento e atribuiu-o a posições políticas que assumiu numa entrevista ao jornal Expresso, publicada dois dias antes de conhecida a decisão.
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