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Sócrates usa impostos para atacar esquerda e direita

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Líder socialista defende política económica de Governo num dia marcado por críticas da oposição

Num discurso marcadamente político, durante uma conferência sobre «Perspectivas Fiscais e Recuperação Económica», que se realizou no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, José Sócrates atacou os partidos da oposição, valendo-se de algumas das propostas que foram apresentadas pelos seus líderes, no mesmo evento. O secretário-geral do PS criticou a «súbita paixão pelos contribuintes» em época eleitoral, disse que baixou impostos para apontar o dedo a quem defende que eles sejam desagravados e denunciou «propostas radicais extremistas».

Aplaudido antes de começar a falar, perante uma plateia de técnicos oficiais de conta (TOC) que assistiram esta quinta-feira à constituição de uma ordem no sector, Sócrates foi também aplaudido no final, de pé, a pedido do Domingues Azevedo, presidente da câmara dos técnicos oficiais de conta, na «qualidade de primeiro-ministro».

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Antes desse momento, o líder socialista distribuiu críticas e defendeu as políticas económicas do Governo no combate à crise, que diz estar já com fim à vista. O primeiro visado foi o líder do CDS, Paulo Portas, que falara ao início da tarde, e propusera a baixa de impostos. «Vejo que esses muito preocupados com a defesa do contribuinte não o foram tanto quando estavam no Governo, porque nessa altura se esqueceram desse lado da questão. E vejo que essa súbita paixão pelo contribuinte talvez tenha mais a ver com eleições do que propriamente a ver com programas políticos», disse Sócrates.

«Propostas radicais extremistas»

José Sócrates apresentou depois várias medidas e propostas do seu Governo, entre elas a conta poupança família, que o líder do Bloco de Esquerda criticara pouco antes. «Vejo muitos desdenharem esta medida, dizendo que é pouco. É sempre pouco para quem já tem muito, mas para quem tem pouco é uma boa ajuda. Não são só os 200 euros, são também os incentivos fiscais que vamos dar ao longo de 18 anos», apontou o secretário-geral do PS.

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Mas para Louçã estavam reservadas mais linhas do discurso. «Julgo que o país dispensa essa via da facilidade, mas também dispensa uma outra via, a via da irresponsabilidade, do radicalismo e das propostas radicais extremistas», disse Sócrates. «Eu não compreendo como é que um partido responsável proponha ao nosso país que para sairmos da crise deveríamos nacionalizar os bancos, os seguros e a área da energia», apontou, dizendo que o país nada tem a lucrar com estas propostas. «Tal como não beneficiarmos em nada se fizéssemos se eliminássemos todos os benefícios fiscais nos PPR», anotou.

O PEC e Ferreira Leite

Às acusações sobre a subida de impostos que lhe foram feitas, o líder socialista disse que é preciso «recordar» que o seu Governo reduziu o IVA em 1 por cento «no momento exacto do começo da crise», apesar de não ter lembrado que o subira dois por cento anteriormente. Sócrates disse ainda que também desceu o IRC em 12,5 por cento, assim como o Pagamento Especial por Conta. E nessa altura, foi a vez de investir sobre a líder do PSD, Manuela Ferreira Leite.

«O que é lamentável é que eu vejo alguns que quando estavam no Governo agravaram o PEC transformam agora o PEC no seu principal inimigo dizendo que o problema da economia portuguesa é o imposto que eles próprios mantiveram e agravaram. Julgo que não podemos ter uma fiscal na oposição e outras no Governo», apontou. «O problema é que quem agravou o PEC vem agora propor a sua eliminação».

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