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Ferro Rodrigues lamenta que o primeiro-ministro não tenha abordado, na sua intervenção inicial no debate quinzenal, o plano Juncker, as medidas do BCE e as eleições gregas.
«Quando o vento sopra em direção contrária aos ventos dominantes nos últimos anos, o primeiro-ministro não faz qualquer referência ao que se passou na União Europeia nas últimas semanas. Mostra que se sente bem com uma determinada UE e se sente em dificuldades quando ela começa a mudar».
Na resposta, Pedro Passos Coelho considerou «normal» que o primeiro-ministro português queira falar no parlamento de Portugal sobre o seu país.
«É muito sintomático que alguns partidos aproveitem muito os eventos externos para não falar de Portugal e do que pretendem ou propõem. É sintomático que falem mais da Europa do que de Portugal».
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«Desejo que a Grécia feche o seu programa de resgate, qualquer que seja o governo grego. Respeitamos as decisões soberanas de todos os Estados e lembramos que todos os Estados merecem respeito».
Passos contestou que a vitória do Syriza signifique «um estrondoso fracasso das políticas de austeridade» e apelou ao PS para clarificar a sua posição.
«As políticas de austeridade foram necessárias para a consolidação orçamental e produziram, em Portugal, na Irlanda e até na Espanha, a capacidade de fechar os programas e de termos a economia a crescer. Temos crescimento e regressamos aos mercados, então o que seria um sucesso para o PS? Pedir outro resgate?».
Mais tarde, em resposta ao PSD, o primeiro-ministro não aceitou vir a ser responsabilizado se «algum desastre» acontecer à Grécia.
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«Não aceitamos, portanto, hoje, esta teoria que é um pouco difundida em certos meios de que, se algum desastre vier a acontecer à Grécia, isso não se deve ao que o Governo grego quererá ou não decidir, deve-se à falta de responsabilidade da Europa. E quero, no que respeita ao Governo português, descartar mesmo qualquer acusação nesse sentido. Não aceito que se venha dizer que, se alguma coisa não correr bem na Grécia, é porque os governos europeus ou a Comissão Europeia não aceitam as propostas do Governo grego».
Durante o debate quinzenal desta sexta-feira no Parlamento, Passos Coelho destacou os dados da execução orçamental, admitindo que «a austeridade está a ganhar menos relevância», mas avisando que ninguém poderá «aligeirar as preocupações com a consolidação» das contas públicas.
O primeiro-ministro suavizou o discurso sobre a vitória do Syriza na Grécia, mas adiantou que não aceita uma conferência europeia para debater a reestruturação da dívida.
O momento mais «quente» do debate ocorreu quando se discutiam os cortes na Saúde. A discussão entre Passos Coelho e as deputadas do Bloco de Esquerda foi mediada por Assunção Esteves.
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