O ex-Comissário Europeu para a Justiça, António Vitorino, criticou na noite desta segunda-feira, na RTP, no seu programa de comentário político, as declarações do director nacional da Polícia Judiciária, Alípio Ribeiro, considerando que as mesmas «criam um embaraço ao ministro da Justiça».
Alípio Ribeiro declarou em entrevista ao Diário Económico que a hipótese de existir uma única tutela para todas as polícias deveria ser «pensada». Para António Vitorino, as declarações são «inusitadas e imprudentes», uma vez que o director da PJ não é um «analista político», mas sim um responsável operacional «que não pode vestir a pele analista».
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O socialista refere ainda que a entrevista é um «acto ousado», considerando que apesar de «diagnosticar bem o problema», isto é, a troca de informações entre as polícias é uma dificuldade «que se deve a uma grande ciumeira que existe nas polícias», a solução apresentada por Alípio Ribeiro não é uma mulher, uma vez que este é um problema que «uma só tutela não resolve».
António Vitorino afirmou que considerava que as declarações «criaram um embaraço ao ministro da Justiça» e que cabe a este explicar se existem condições para que Alípio Ribeiro se mantenha no cargo para que foi nomeado.
Sindicato pede demissão
A Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal (ASFIC) já veio pedir a demissão do responsável máximo da instituição. «Alípio Ribeiro deixa, a partir deste momento, de ter condições para se manter no cargo de director nacional da Polícia Judiciária (PJ)», refere a ASFIC, num comunicado citado pela Agência Lusa.
A direcção da associação sindical manifesta a sua «perplexidade» por «algumas posições públicas» de Alípio Ribeiro, designadamente «a de admitir que a passagem para o Ministério da Administração Interna iria trazer uma maior eficácia à PJ» e de «defender que o secretário-geral da Segurança Interna vai ter poderes de coordenação que ficam aquém do que seria desejável».
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