Já fez LIKE no TVI Notícias?

Um ministério com todas as polícias

Relacionados

Director nacional da Polícia Judiciária diz, em entrevista, que o «carjacking» não é uma moda, «é um roubo»

O director nacional da Polícia Judiciária, Alípio Ribeiro, defendeu em entrevista ao jornal Diário Económico a criação de um ministério que congregue todas as polícias, porque «traria eficácia ao seu trabalho».

Alípio Ribeiro considera ainda, na mesma entrevista, que a Polícia Judiciária tem demasiada exposição e que as pessoas que trabalham nesta força policial precisam de ser mais contidas.

PUB

Questionado sobre a passagem da PJ para a alçada do Ministério da Administração Interna,

o director nacional da Polícia Judiciária considera que «a questão deve ser pensada». Mas Alípio Ribeiro também não diria que não à criação de um ministério do Interior, como existe em Espanha e que congrega todas as forças policiais.

PJ liga carjacking aos furtos de multibanco

Outro dos temas abordados na entrevista ao Diário Económico foi o terrorismo. O director da Polícia Judiciária reconhece que Portugal «não está imune». No entanto, explica que o grau de ameaça «é muito baixo». Acrescenta ainda que esta «é uma luta que não é só nossa, resulta da solidariedade internacional. Não temos riscos altíssimos, mas de facto, temos um dever para com todos. O combate a este fenómeno exige uma solidariedade internacional».

«Já não há ligação directa»

PUB

Para Alípio Ribeiro o «carjacking» não é uma moda, «é um roubo». E surge porque «a qualidade dos carros melhorou muito e hoje já não há ligação directa. Se antigamente os bandidos pegavam num Fiat Punto, faziam a ligação e fugiam, hoje já nem com o Renault Clio conseguem isso. Por isso, precisam utilizar uma arma e dizer às pessoas dê cá o carro».

O director nacional da Polícia Judiciária admite «o elevado perigo associado a este fenómeno», até porque «um número muito significativo é feito com recurso a armas de fogo e se há uma hesitação, ou uma reacção, pode haver um tiro. É a situação mais preocupante». Mas uma ideia é rejeitada por Alípio Ribeiro que não vê «necessidade de aumentar as penas previstas para este tipo de crime», que podem chegar aos 15 anos de prisão.

Quanto à falta de meios da PJ, Alípio Ribeiro não rejeitava mais meios, mas entende «que é possível utilizar mais racionalmente os meios humanos e técnicos disponíveis». O director da Judiciária lembra também que está prevista a entrada de 150 novos inspectores, que vão começar este mês o curso de acesso à Judiciária. Apesar da pequena redução de efectivos: «Em Março de 2007 estavam 1.130 inspectores no activo e em Março de 2008, 1.102», Alípio considera que os 150 novos inspectores «ultrapassam essa diminuição».

PUB

Entretanto, o governo recusou comentar as declarações do director-nacional da Polícia Judiciária (PJ). Contactados pela Lusa tanto o Ministério da Justiça com o da Administração Interna se recusaram a comentar o teor da entrevista de Alípio Ribeiro.

Funcionários contra

Os funcionários de investigação criminal, ao contrário do Governo, já se manifestaram contra a mudança de tutela da Polícia Judiciária, contestando que a ideia surja num momento em que se devia estar a debater a problemática da criminalidade.

«Vamos mudar para quê? Não há estudos que mostrem que é melhor para a justiça em Portugal ou para a investigação criminal. Nem está provado que haja melhor coordenação entre polícias. A PSP e a GNR estão no mesmo Ministério e existe descoordenação entre elas», comentou Carlos Anjos, presidente da Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal (ASFIC), à Lusa.

Este responsável encarou a entrevista do director nacional da PJ como uma «manobra de diversão» relativamente aos problemas da criminalidade e em relação à «falta de meios» desta polícia.

PUB

Relacionados

Últimas