Jerónimo de Sousa quer que a CDU volte a eleger um deputado por Aveiro, um distrito onde a direita é protagonista. Desde 1985, que o PCP não elegia qualquer deputado pelo distrito de Aveiro. A coligação que liderava ainda se chamava APU na última vez que se elegeu um deputado por Aveiro.
«O sentimento que temos é conquistar um deputado, uma voz também aqui, em Aveiro. (¿) Não esperaríamos que estivéssemos no Barreiro [um importante bastião comunista], mas o que vemos e sentimos é bom», disse Jerónimo de Sousa, referindo-se à recepção na cidade dos moliceiros.
PUB
Foi com esse espírito e com pelo menos um deputado como objectivo que Jerónimo de Sousa percorreu os quilómetros de avenida, distribuindo apertos de mão e beijinhos. Entrou no talho, cumprimentou clientes e proprietários, fez o mesmo na barbearia e nas várias pastelarias. Até entrou na Casa da Sorte. Cumprimentou quem estava, mas preferiu não apostar.
Parou algumas vezes, para ouvir que o tinham visto na televisão e para escutar queixas, como a de um jovem que o abordou, para se queixar dos problemas para receber subsídio de desemprego. Jerónimo parou e ouviu com atenção. Afinal, a questão do subsídio de desemprego, particularmente entre os jovens, tem sido um dos motes dos discursos dos últimos comícios.
Outro momento alto da arruada foi quando Jerónimo de Sousa foi abordado por um agricultor com uma queixa particular: fornece as messes de legumes e tem «muitas facturas» para receber do estado. Algumas com alguns anos. «Não têm dinheiro para pagar os tomates e as alfaces que os militares comem, mas têm dinheiro para comprar aviões?!», indignou-se o homem. Jerónimo ouviu, concordou e respondeu: «vou levar o ser recado».
No final, o candidato da CDU falou frente à Biblioteca Municipal, para algumas dezenas de pessoas. Além do apelo ao voto na CDU e na eleição de um deputado pelo distrito, Jerónimo deixou uma crítica contundente a Paulo Portas: «ele fala, fala de Aveiro, mas não tem propostas concretas para o distrito».
PUB