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«A maior corrupção é a do Estado», diz Cravinho

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Investigações só avançam quando são empurradas pela opinião pública

O ex-ministro João Cravinho declarou esta quinta-feira, em entrevista à SIC Notícias, que não está a ser feito o devido esforço para combater a corrupção e que a investigação nesta área só avança quando é empurrada pela opinião pública.

«A maior corrupção é a corrupção de Estado, é a que envolve as maiores valores e implica a submissão dos interesses públicos aos privados, e não estamos a fazer nem de longe o que devíamos para a combater», afirmou João Cravinho, acrescentando que «a corrupção de Estado só é possível pela conivência de quem tem um alto poder».

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O ex-ministro do Equipamento, Planeamento e Administração do Território no primeiro Governo de António Guterres afirmou ainda que a investigação dos crimes de corrupção apresenta «respostas lentas, tardias, descoordenadas» e parece apenas funcionar quando «empurrada pela opinião pública».

Alertando para o facto de a impunidade resultar da dificuldade em obter provas, «já que é quase impossível apurar responsabilidades quando todos dizem «não vi nada», «não foi comigo», etc», João Cravinho sublinhou que estes crimes são feitos com profissionalismo.

«Há profissionais destas coisas, que as fazem com pormenor para ocultar o crime, e que contam com colaboração internacional, como no caso das off-shores», exemplificou, questionando: «Quantas condenações por corrupção já tiveram lugar em Portugal?».

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«Há vontade de combater a corrupção»

Considerando que «há vontade de combater a corrupção em vários partidos», João Cravinho defendeu que a tipificação do crime de corrupção deve ser revista. Em vez de ser necessário «demonstrar e provar tudo» para se concluir que se está perante um crime de corrupção, deve ser o suspeito - aquele que ostenta riqueza de origem desconhecida - a provar que esta tem «justificação legal».

Durante a entrevista à SIC Notícias, o actual administrador do Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento, em Londres, pronunciou-se ainda sobre o estudo que o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) fez acerca da localização do novo aeroporto internacional de Lisboa.

«Cheio de distorções monumentais, colossais, à vista desarmada» - foi como Cravinho classificou o estudo do LNEC. Para o ex-ministro, que sempre se afirmou favorável à escolha da Ota, o estudo destacou a necessidade da terceira travessia do Tejo mas não incluiu o seu custo (500 milhões de euros), que faz com que Alcochete se torne numa opção mais cara do que a Ota.

Entretanto, esta sexta-feira, o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) escusou-se a comentar as declarações do antigo ministro João Cravinho sobre o estudo da localização do futuro aeroporto de Lisboa, afirmando que só se pronuncia sobre análises técnicas fundamentadas.

O Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) «não se pronuncia sobre afirmações que não sejam baseadas em análises técnicas claramente fundamentadas», disse à agência Lusa fonte das Relações Públicas daquele organismo.

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