Marcelo Rebelo de Sousa defende que José Sócrates tem de remodelar o Governo se quiser executar o orçamento para 2011.
O comentador da TVI mostra-se surpreendido com a possibilidade de as empresas públicas não cortarem nos salários dos seus funcionários. Marcelo critica PS e PSD por essa excepção.
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«Estou ainda por perceber porque é que o PS, com a abstenção do PSD, foi criar um regime de favores para quem trabalha nas empresas públicas. Primeiro, porque foi à socapa, às escondidas, o que mostra a má consciência de não ter a coragem de dizer aos portugueses que há cortes nos vencimentos dos funcionários, mas nas empresas públicas, coitadinhos, eles merecem porque senão passam para o sector privado. Enquanto que os outros funcionários não passam para o sector privado», referiu, durante o comentário no «Jornal Nacional» deste domingo, vincando a ideia: «É uma falta de autoridade moral do PS e uma contradição do PSD incompreensível».
O professor Marcelo também falou do Orçamento do Estado: «O problema está na execução e isso tem a ver com a remodelação. Este Governo não vai lá, a começar nas Finanças. O ministro está exausto e dois secretários de Estado, que são chave, o do Orçamento e dos Assuntos Fiscais, andam a apanhar bonés. Portanto, há um descontrolo efectivo nas despesas e vai continuar a haver. Ou o primeiro-ministro percebe que é mesmo para fazer remodelação, ou então se aguarda pelo final do ano, ou para depois do Natal, ou para depois da eleição de Cavaco Silva, significa que perde a última oportunidade que tem de dar o mínimo sinal de que é capaz de executar o Orçamento».
No que diz respeito à entrevista de Passos Coelho, que disse numa entrevista estar preparado para governar com o FMI, Marcelo deixou elogios, mas também críticas. «Quando o futuro primeiro-ministro, candidato a primeiro-ministro, líder da oposição, diz que está preparado para governar com o fundo o que é que quem não é muito especialista diz, que está para entrar o fundo», frisou, acrescentando:
Quanto ao FMI, aquilo que depende de nós, temos nós que fazer, como o Governo executar o Orçamento, e para isso terá de ser outro Governo. Este Governo não remodelado dificilmente o faz. Segundo, deve-se evitar crises políticas e por isso o ideal era que não houve crise política durante o ano de 2011»
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