O Bloco de Esquerda e o Partido Socialista trocaram, esta quinta-feira, acusações sobre o processo Face Oculta. O BE condenou a «sistemática vitimização» do Governo e os socialistas acusam o Bloco de «cobardia política».
«O jogo da "pura espionagem política" é um jogo perigoso, mas conhecido. Um Governo sem rumo tem encontrado na sistemática vitimização o refúgio para a sua própria incapacidade política», afirmou o deputado do BE Pedro Soares, numa declaração política no plenário da Assembleia da República.
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Lembrando declarações do presidente do grupo parlamentar do PS, Francisco Assis, que defendeu que está em curso a tentativa de «decapitação» do Governo e do ministro da Economia, Vieira da Silva, sobre as escutas realizadas no âmbito do processo Face Oculta em que aparece o primeiro-ministro, Pedro Soares acusou os socialistas de tentarem «lançar a confusão na Justiça». «Foi Vieira da Silva quem veio revelar a existência de uma ¿pura espionagem política¿, a propósito de uma investigação judicial em curso sobre a relação do Estado com uma rede tentacular de corrupção», recordou.
Contudo, apesar destas declarações, não houve «nem um gesto, nem uma queixa, nem uma acção», ficando, então, «a convicção que temos ministros pirómanos que não hesitam em lançar a confusão na Justiça quando entendem que daí podem retirar dividendos políticos, mas nada lhes interessa do dever da Justiça».
Na resposta, o deputado socialista Ricardo Rodrigues classificou a declaração de Pedro Soares como «um tipo de intervenção de cobardia política», lamentando que o BE ataque quem não está presente no Parlamento e se esteja a aliar ao que de mau há na «extrema-direita» europeia. «Espero que tenha sido uma intervenção infeliz e que o BE retome o caminho da dignidade política que é apanágio desta casa», acrescentou.
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